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05/08/2006 - 17h35

Diplomacia abre possilibidade de solução pacífica no Líbano

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da Efe, em Beirute

A diplomacia internacional abriu hoje a possibilidade de uma solução pacífica para o conflito entre Israel e o Hizbollah, em um dia marcado pelos mais intensos bombardeios do Estado judeu contra o território libanês em mais de três semanas de conflito.

As Forças de Defesa de Israel realizaram durante a noite mais de 70 ataques aéreos contra diversas cidades do sul do Líbano, especialmente Tiro, e 250 operações bélicas que concluíram com cerca de dez mortos e feridos, pelo menos.

A França anunciou neste sábado que chegara a um acordo com os Estados Unidos para apresentar uma proposta conjunta de cessar-fogo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, órgão do qual os dois países são membros permanentes, junto a Rússia, China e Reino Unido.

Os quinze membros do CS debaterão o texto a partir das 15h de Nova York (17h de Brasília) de hoje, com a intenção de que a resolução seja adotada nos próximos dias, afirmou o embaixador americano perante das Nações Unidas, John Bolton.

Horas antes, o secretário de Estado adjunto americano para o Oriente Médio, David Welch, já abrira o caminho ao assegurar, em Beirute, que Washington queria "ver o fim da terrível violência" sofrida por libaneses e israelenses desde 12 de julho.

"Queremos afastar para sempre esta terrível violência da qual temos sido testemunhas nas três últimas semanas", disse o diplomata americano aos jornalistas depois de se reunir com o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora.

'Acredito que, com um marco político apoiado por uma força internacional e a ajuda das forças libanesas, poderemos, todos juntos, trabalhar com o povo libanês para encontrar um futuro melhor', acrescentou Welch.

As palavras do secretário adjunto coincidiram com as notícias do começo da manhã, que indicavam que França e EUA haviam conseguido superar parte de suas divergências e se dirigiram rumo a um consenso.

Washington e Paris tinham opiniões diferentes sobre o procedimento para se chegar a um cessar-fogo.

A França defendia que a atual força da ONU destacada no Líbano (Finul) fosse a responsável por garantir a calma enquanto a nova força internacional de interposição é postada na fronteira, acompanhada pelo exército libanês.

Já os Estados Unidos queriam que Israel permanecesse no sul do Líbano até a chegada do novo contingente multinacional à região.

Por sua parte, o Governo libanês insistia que, para qualquer acordo, é necessário o fim das hostilidades e que Israel abandone totalmente o sul do país.

Segundo fontes libanesas contatadas pela Efe, essa postura foi lembrada hoje pelo chefe do Governo do país ao enviado americano em Beirute.

Welch também se reuniu na manhã de hoje com o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, que exerce o papel de laço direto com o Hizbollah desde o começo da crise.

Enquanto a diplomacia se movimentava na capital libanesa, a aterrorizada população da cidade de Tiro, no sul do país, saía de casa para observar os danos causados pela ofensiva noturna de Israel, a mais intensa em 25 dias.

Durante toda a noite, helicópteros artilhados castigaram duramente o antigo porto fenício, perto do qual houve combates corpo a corpo.

Ao amanhecer, tanto Israel quanto o Hizbollah cantaram vitória, em mais um capítulo da guerra psicológica que os dois lados travam por meio da mídia.

A Resistência Islâmica, braço armado do Hizbollah, afirmou que seus combatentes haviam conseguido repelir uma ação de uma unidade de elite do Exército israelense, que descera em dois helicópteros durante a noite em uma região agrícola junto à cidade.

Já as Forças de Defesa de Israel afirmaram que a operação foi um sucesso, pois conseguiram eliminar elementos do Hizbollah e destruir infra-estrutura da milícia xiita. Entretanto, oito soldados retornaram feridos, dois deles em estado grave.

A batalha de Tiro matou pelo menos seis civis e um soldado libanês que defendia uma posição antiaérea atacada por Israel.

Segundo fontes militares libanesas, a unidade se viu obrigada a repelir o ataque israelense, mas depois não se envolveu nos combates.

Além disso, Israel atacou duramente durante a noite os bairros do sul de Beirute, capital de ruas vazias e lojas fechadas na qual começa a faltar um bem precioso: a gasolina.
 

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