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08/08/2006 - 12h32

Violência mata 24 no Iraque; premiê critica operação em Bagdá

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da France Presse, em Bagdá

A onda de violência no Iraque matou 24 pessoas nesta terça-feira, ao mesmo tempo que o primeiro-ministro, Nuri al Maliki, criticou a operação das forças americanas e iraquianas contra uma milícia xiita em um bairro de Bagdá.

"Esta operação foi executada sem a minha autorização. A condeno e prometo que não voltará a acontecer nunca, para proteger o processo de reconciliação e a vida de nossos cidadãos", declarou Maliki à rede de televisão pública Iraqia.

"Esta operação aplicou bombardeios que destruíram casas. Isto é inaceitável. Como se pode pretender a detenção de alguém com bombardeios em uma área residencial como Cidade Sadr?", questionou.

"Indenizaremos as vítimas, mesmo sabendo que nada pode substituir uma vida", acrescentou o primeiro-ministro.

Operação

Na madrugada de domingo para segunda-feira, em Cidade Sadr, bairro da zona norte de Bagdá, soldados iraquianos e americanos executaram uma operação contra um esquadrão da morte e um dirigente do Exército de Mehdi, a milícia do clérigo radical Moqtada al Sadr.

Os confrontos duraram várias horas e vitimaram civis, segundo pessoas ligadas a Moqtada al Sadr, que acusou o Exército americano de ter executado bombardeios aéreos.

Moqtada al Sadr, cuja milícia enfrentou as tropas americanas no verão de 2004, apóia o governo de união nacional de Maliki.

Mortes

A capital iraquiana foi cenário de cinco atentados com bombas esta terça-feira.

O primeiro ataque aconteceu às 6h45 locais (23h45 de Brasília), perto de um ponto de ônibus no bairro de Nahda, centro da cidade. Uma bomba de fabricação caseira explodiu na passagem de um microônibus e de um táxi.

Nove pessoas morreram e oito ficaram feridas no atentado. Outras duas bombas explodiram pouco depois, na passagem de uma viatura da polícia iraquiana, ferindo três agentes, anunciou uma fonte do Ministério do Interior.

Quatro horas depois, duas bombas explodiram com alguns minutos de intervalo, arrasando o mercado de Chorja, o mais importante da capital, no centro da cidade, muito freqüentado no horário.

Pelo menos dez pessoas morreram e 69 ficaram feridas, segundo a mesma fonte.

As explosões provocaram um incêndio que os bombeiros demoraram quase uma hora para controlar.

Cinco pessoas também morreram em um assalto a banco na zona norte de Bagdá, de onde pelo menos US$ 5.000 foram roubados, segundo uma fonte dos serviços de segurança.

Além disso, os corpos de sete guardas iraquianos, que trabalhavam na fronteira com o Irã, foram encontrados nesta terça-feira em Kirkuk.

Guerra civil

Os atentados aconteceram no momento em que 3.700 soldados americanos se posicionam ao redor de Bagdá, com o objetivo de conter a intensa violência na capital.

O Exército dos Estados Unidos registrou uma média de 70 ataques diários (carros-bomba, atentados suicidas, tiroteios, disparo de morteiro etc) na cidade em julho. Por causa dos números, algumas autoridades citam abertamente o risco de uma guerra civil.

A continuidade da violência, que tem como principal motivo as divergências religiosas e opõe as comunidades xiita e sunita, marca o fracasso do plano de segurança para Bagdá, "Avante juntos", lançado em 14 de junho pelo primeiro-ministro Nuri al Maliki com grande publicidade.

Mais de 50 mil homens (soldados e policiais iraquianos, além de soldados americanos) estão mobilizados na capital desde junho.

"O risco de uma guerra civil generalizada em todo o país constitui hoje a mais importante ameaça que pesa sobre o Iraque", afirmou na segunda-feira o general George Casey, que comanda as tropas americanas no território iraquiano, em uma entrevista à rede de televisão ABC.

"Nas últimas seis semanas a violência religiosa em Bagdá se intensificou como nunca antes", acrescentou, antes de afirmar que em conseqüência da nova situação o Exército americano afastou a possibilidade de reduzir o número de oficiais ainda este ano

Balanço

Atualmente, 130 mil soldados americanos atuam no Iraque.

O Exército dos Estados Unidos anunciou que um soldado não resistiu aos ferimentos sofridos em um combate na Província ocidental iraquiana de Al Anbar e morreu nesta terça-feira.

Esta vítima eleva a 2.591 o número de militares americanos mortos no Iraque desde a invasão do país em março de 2003, segundo uma contagem da agência France Presse com base em dados do Pentágono.

Especial
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