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23/08/2006 - 20h42

Senado da Bolívia censura ministro de Evo Morales

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da France Presse, em La Paz

O Senado da Bolívia aprovou nesta quarta-feira uma moção de censura ao ministro dos Hidrocarbonetos, Andrés Soliz, medida que implica renúncia, informou o segundo vice-presidente da casa, Roger Pinto.

A censura foi votada em "quórum restrito", formado pela oposição e com a ausência dos legisladores governistas.

Apesar de a medida implicar a renúncia de Soliz, a Constituição prevê a possibilidade de o presidente da República, no caso Evo Morales, ratificar o ministro no cargo, admitiu Pinto.

Soliz foi o autor intelectual da nacionalização dos hidrocarbonetos bolivianos, em 1º de maio passado.

"Temos um profundo respeito por Andrés Soliz, mas, lamentavelmente, não podemos tolerar atos de corrupção na [estatal] Yacimientos Petrolíferos Fiscales, vinculada a seu ministério", justificou Pinto.

A denúncia de corrupção atinge diretamente o presidente da YPFP, Jorge Alvarado, subordinado a Soliz.

A bancada do Poder Democrático e Social (Podemos, de direita), do ex-presidente Jorge Quiroga, composta por 13 senadores, votou contra Soliz, com o apoio de um legislador da Unidade Nacional (centro direita), enquanto os 12 membros do Movimento ao Socialismo (MAS, governista) não compareceram.

Segundo fontes oficiais, o ministro Soliz será ratificado no cargo por Evo Morales.

O presidente da bancada do MAS, Gustavo Cornejo, qualificou a decisão de "gesto de traição à Bolívia".

"Quando os senadores representantes da 'antipátria' cravam um punhal no coração da Bolívia, realmente é um momento de luto, de dor, e é o que ocorre com a censura do 'ministro mais patriota'".

"Os servidores das multinacionais nos venceram neste primeiro round", no momento em que o Estado negocia novos contratos benéficos para o país com os consórcios petroleiros, disse Cornejo.

Por meio de seu ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, Evo Morales anunciou sua disposição de esperar os relatórios da Controladoria da República e da Procuradoria Nacional, antes de tomar qualquer decisão sobre Alvarado.

A denúncia contra Alvarado surgiu após "indícios de irresponsabilidade administrativa" em um contrato que o presidente da YPFP firmou com uma empresa brasileira para produzir diariamente 2.000 barris de diesel.

Morales explicou que não quer "tomar uma decisão equivocada baseado em dados que não correspondam à realidade".

Segundo a Superintendência de Hidrocarbonetos, que barrou o negócio, a operação provocaria um prejuízo de entre US$ 32 milhões e US$ 38,5 milhões ao Estado boliviano, além de contrariar o espírito da nacionalização.

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