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05/09/2006
-
10h33
JUAN ANTONIO SANZ
da Efe, em Tóquio
O Japão espera com expectativa o nascimento nesta quarta-feira do terceiro filho da princesa Kiko, cujo sexo pode definir o futuro da dinastia no país, que proíbe a ascensão de mulheres ao trono.
Caso dê à luz um menino, o filho de Kiko será o primeiro homem na família imperial japonesa em 41 anos, e será o terceiro na sucessão do atual imperador, após o atual herdeiro, o príncipe Naruhito, e o seu pai, Akishino.
Assim, as atenções estão voltadas para a clínica Aiiku, no distrito de Minato, em Tóquio, onde a princesa está internada desde o início de agosto, quando foi detectada uma complicação placentária que motivou a operação por cesariana, à qual será submetida amanhã.
As últimas informações divulgadas pelo supervisor médico da Casa Imperial, Ichiro Kanazawa, indicam que o estado de saúde de Kiko é bom e que o bebê se movimenta com normalidade.
"É um bom augúrio. Espero que dê à luz um bebê saudável", disse o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, sem entrar no debate sobre o processo sucessório na mais antiga monarquia reinante do mundo.
Meninas
Kiko e Akishino são pais de duas meninas, Mako e Kako, de 14 anos e 11 anos, respectivamente, razão pela qual muitos questionam a "oportunidade" da gravidez da princesa Kiko uma década depois de ter dado à luz pela última vez e justamente no momento em que se discute a mudança da Lei de Sucessão.
Se for um menino, o nascimento porá fim, ao menos por enquanto, à controvérsia em relação à linha sucessória.
No entanto, se a princesa der à luz uma menina, a necessidade de mudar a atual lei deverá ocupar o centro dos debates na opinião pública japonesa.
Sucessão imperial
A Lei de Sucessão Imperial, de 1947, estabelece que apenas os homens descendentes por linha direta do imperador podem herdar o Trono do Crisântemo. No entanto, há quase 41 anos (o príncipe Akishino tem 40) não nasce nenhum homem na família real japonesa.
O príncipe herdeiro Naruhito, 46, e sua mulher, a princesa Masako, 40, têm uma única filha: Aiko, de 4 anos.
Antes do anúncio da gravidez da princesa Kiko em janeiro, a reforma da Lei de Sucessão para possibilitar a ascensão da menina ao trono estava na pauta do governo.
Em novembro passado, um comitê governamental recomendou uma mudança na Lei de Sucessão para garantir que o primogênito dos príncipes herdeiros possa se transformar em monarca independentemente do sexo.
Koizumi se comprometeu a levar a mudança na lei para avaliação do Parlamento, onde a aprovação da reforma poderia ter decidido a ascensão de Aiko ao trono japonês.
No entanto, a gravidez de Kiko deu aos grupos mais conservadores da Administração Koizumi o instrumento ideal para deter os planos de reforma e apostar em uma nova oportunidade de manter a sucessão entre os homens.
"Linha feminina
Os tradicionalistas temem que uma imperatriz possa se casar com um plebeu e que, dessa forma, imponha-se a "linha feminina" na sucessão.
Os mais ortodoxos repudiam a possibilidade de que uma eventual herdeira ao trono possa se casar com um estrangeiro, o que mancharia a "pureza milenar" da monarquia japonesa.
Curiosamente, as pesquisas realizadas apenas um dia após o anúncio da gravidez da princesa Kiko apontavam que 64,1% dos japoneses são favoráveis a monarcas do sexo feminino e que seus descendentes também herdassem o trono.
Se o filho de Kiko for uma menina, a questão em torno da sucessão ao Trono Imperial japonês será um dos desafios para o novo primeiro-ministro que assumirá no próximo dia 20.
O novo chefe de Governo será provavelmente o atual ministro porta-voz, Shinzo Abe, que já deu sinais de um exacerbado conservadorismo em temas como a segurança e o avanço do nacionalismo na sociedade japonesa.
Com Abe à frente do Executivo, não seria estranho a imposição de posturas tradicionalistas como a do primo do imperador, o príncipe Tomohito Mikasa, que não admite outra possibilidade que não a de preservar a linha de sucessão.
Mikasa defende que seria aceitável inclusive a adoção "imperial" de algum membro da nobreza com algum vínculo de sangue com o imperador.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a princesa Kiko
Leia o que já foi publicado sobre a linha sucessória japonesa
Leia o que já foi publicado sobre o Japão
Nascimento do filho da princesa Kiko pode mudar sucessão no Japão
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da Efe, em Tóquio
O Japão espera com expectativa o nascimento nesta quarta-feira do terceiro filho da princesa Kiko, cujo sexo pode definir o futuro da dinastia no país, que proíbe a ascensão de mulheres ao trono.
Caso dê à luz um menino, o filho de Kiko será o primeiro homem na família imperial japonesa em 41 anos, e será o terceiro na sucessão do atual imperador, após o atual herdeiro, o príncipe Naruhito, e o seu pai, Akishino.
25.mai.2006/Reuters |
Princesa Kiko, que deve dar à luz amanhã. Sexo do bebê é incógnita |
As últimas informações divulgadas pelo supervisor médico da Casa Imperial, Ichiro Kanazawa, indicam que o estado de saúde de Kiko é bom e que o bebê se movimenta com normalidade.
"É um bom augúrio. Espero que dê à luz um bebê saudável", disse o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, sem entrar no debate sobre o processo sucessório na mais antiga monarquia reinante do mundo.
Meninas
Kiko e Akishino são pais de duas meninas, Mako e Kako, de 14 anos e 11 anos, respectivamente, razão pela qual muitos questionam a "oportunidade" da gravidez da princesa Kiko uma década depois de ter dado à luz pela última vez e justamente no momento em que se discute a mudança da Lei de Sucessão.
Se for um menino, o nascimento porá fim, ao menos por enquanto, à controvérsia em relação à linha sucessória.
No entanto, se a princesa der à luz uma menina, a necessidade de mudar a atual lei deverá ocupar o centro dos debates na opinião pública japonesa.
Sucessão imperial
A Lei de Sucessão Imperial, de 1947, estabelece que apenas os homens descendentes por linha direta do imperador podem herdar o Trono do Crisântemo. No entanto, há quase 41 anos (o príncipe Akishino tem 40) não nasce nenhum homem na família real japonesa.
O príncipe herdeiro Naruhito, 46, e sua mulher, a princesa Masako, 40, têm uma única filha: Aiko, de 4 anos.
Antes do anúncio da gravidez da princesa Kiko em janeiro, a reforma da Lei de Sucessão para possibilitar a ascensão da menina ao trono estava na pauta do governo.
Em novembro passado, um comitê governamental recomendou uma mudança na Lei de Sucessão para garantir que o primogênito dos príncipes herdeiros possa se transformar em monarca independentemente do sexo.
Koizumi se comprometeu a levar a mudança na lei para avaliação do Parlamento, onde a aprovação da reforma poderia ter decidido a ascensão de Aiko ao trono japonês.
No entanto, a gravidez de Kiko deu aos grupos mais conservadores da Administração Koizumi o instrumento ideal para deter os planos de reforma e apostar em uma nova oportunidade de manter a sucessão entre os homens.
"Linha feminina
Os tradicionalistas temem que uma imperatriz possa se casar com um plebeu e que, dessa forma, imponha-se a "linha feminina" na sucessão.
Os mais ortodoxos repudiam a possibilidade de que uma eventual herdeira ao trono possa se casar com um estrangeiro, o que mancharia a "pureza milenar" da monarquia japonesa.
Curiosamente, as pesquisas realizadas apenas um dia após o anúncio da gravidez da princesa Kiko apontavam que 64,1% dos japoneses são favoráveis a monarcas do sexo feminino e que seus descendentes também herdassem o trono.
Se o filho de Kiko for uma menina, a questão em torno da sucessão ao Trono Imperial japonês será um dos desafios para o novo primeiro-ministro que assumirá no próximo dia 20.
O novo chefe de Governo será provavelmente o atual ministro porta-voz, Shinzo Abe, que já deu sinais de um exacerbado conservadorismo em temas como a segurança e o avanço do nacionalismo na sociedade japonesa.
Com Abe à frente do Executivo, não seria estranho a imposição de posturas tradicionalistas como a do primo do imperador, o príncipe Tomohito Mikasa, que não admite outra possibilidade que não a de preservar a linha de sucessão.
Mikasa defende que seria aceitável inclusive a adoção "imperial" de algum membro da nobreza com algum vínculo de sangue com o imperador.
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