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08/09/2006 - 21h59

Israel rejeita opção multilateral em prol de diálogo com ANP

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da Efe, em Jerusalém

A ministra israelense de Relações Exteriores, Tzipi Livni, afirmou nesta sexta-feira que Israel rejeita a opção multilateral para tratar dos problemas do Oriente Médio e defendeu a retomada do diálogo com os palestinos.

As declarações foram feitas em meio a uma série de reuniões com chanceleres de Rússia, Itália e Alemanha.

Livni rechaçou a proposta de envolver outros países nas negociações em uma resposta ao ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, que propôs uma conferência sobre o Oriente Médio que reúna todas as partes interessadas --uma solução que atenderia ao pedido que a Liga Árabe fez esta semana.

Em entrevista coletiva após se reunir com Lavrov, Livni disse que a criação de um novo fórum só complicaria a situação na região. Para a ministra israelense, o necessário agora é "uma reunião imediata com [o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud] Abbas".

Livni ressaltou, no entanto, que não se pode esperar grandes resultados de uma reunião com Abbas enquanto o soldado israelense Gilad Shalit continuar sendo mantido refém em Gaza.

Com esta declaração, Livni deu um passo a frente com relação ao vice-primeiro-ministro Shimon Peres, que esta semana negou a possibilidade de diálogo com Abbas enquanto Shalit não for libertado.

Lavrov também defendeu sua proposta de conferência internacional em reunião nesta quinta-feira com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, que respondeu ressaltando que Israel está "preparado para um diálogo com Abbas" com base no plano de paz internacional patrocinado pelo Quarteto (Estados Unidos, ONU, União Européia e Rússia).

Uma das questões que Olmert e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, tratarão será como reativar o diálogo com a ANP enquanto o grupo terrorista e partido político Hamas continuar no governo palestino. Os dois premiês se reunirão neste sábado, no marco do início de uma visita do primeiro-ministro do Reino Unido a Israel e aos territórios palestinos.

Lavrov insistiu em que "só se pode conseguir a paz em uma conferência internacional com a participação de todas as partes". O ministro disse ainda que, "após visitar Beirute e Damasco", está convencido de que "todo mundo quer a paz, mais que nunca".

Olmert reiterou seu desejo de negociar com o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, mas disse que a Síria "continua sendo um país de acolhimento de organizações terroristas que atuam contra Israel" e que Damasco "não se comportaria assim se quisesse a paz".

Neste sentido, Livni se queixou a Lavrov que o armamento que a Rússia vende à Síria acaba nas mãos do grupo terrorista Hizbollah, como foi apurado em uma apreensão no Líbano pelo Exército israelense.

Até agora, Moscou negava essa possibilidade, mas Lavrov disse que a questão será investigada porque "há normas que proíbem um país de transferir as armas que vendemos a terceiros".

Em sua reunião com Lavrov, Olmert conversou sobre outro assunto que diz respeito à Síria, o das fazendas de Shebaa, ocupadas por Israel e que tanto este país como a ONU consideram sírias, mas que o Líbano reivindica para si.

Até agora, Israel apelou para que as Nações Unidas reconheçam as fazendas de Shebaa como sírias para não entregá-las ao Líbano, apesar de Damasco ter cedido seus direitos sobre este território a Beirute.

Mas Olmert se mostrou disposto hoje a rever a posição de Israel se a ONU mudar a sua e se cumprir todas as cláusulas previstas pela resolução 1.701 das Nações Unidas para o cessar-fogo no Líbano --inclusive o desarmamento do Hizbollah.

Na reunião de Livni com o ministro de Exteriores italiano, Massimo D'Alema, foi discutida hoje a substituição da força naval israelense pela italiana no litoral libanês.

Com isso, Israel pôs fim ao bloqueio marítimo sobre o Líbano, após ter acabado nesta quinta-feira com o embargo aéreo. O ministro da Defesa Amir Peretz anunciou que o Exército provavelmente desocupará o sul do Líbano em duas semanas.

Peretz fez este anúncio após uma reunião hoje com o ministro alemão de Assuntos Exteriores, Frank-Walter Steinmeier.

O ministro israelense agradeceu a contribuição alemã à força da ONU e disse que Berlim tem "potencialmente um importante papel" a desempenhar nos esforços pela libertação dos soldados israelenses mantidos reféns pelo Hizbollah.

Mais tarde, após se reunir também com Livni, Steinmeier respondeu dizendo que a Alemanha, que já interveio em casos semelhantes entre Israel e outras partes, não negará um pedido de ajuda, mas que a situação "não está madura".

Por fim, Livni conversou com D'Alema sobre o programa nuclear iraniano e disse que "é hora de aplicar sanções, quanto antes melhor".

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