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Luiz Caversan
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  27 de janeiro de 2001
 

Bangu e a luz no fim do túnel

 

O Rio de Janeiro não pode deixar de ser a "cidade partida"

Não era um túnel qualquer, mal feito, mal ajambrado, não. Era "no capricho", com tudo o que se deve esperar de um bom túnel: altura, largura, iluminação, ventilação, escoamento de água.

Uma obra de engenharia e arte. Uma obra do contra, porém. Contra o sistema, para fugir do sistema. Para se mandar do maldito sistema carcerário brasileiro.

Um túnel para fugir de Bangu, com certeza um dos presídios mais quentes do mundo (fica no bairro do mesmo nome, o cantão mais quente do Rio de Janeiro _ já bateu nos 50 graus celsius mais de uma vez).

O túnel que a polícial encontrou e que serviria para a fuga de presos do complexo penitenciário de Bangu, via uma favela, era o máximo.

O máximo de atrevimento, de empreendimento, de improviso e acinte.

A obra de engenharia civil foi considerada de excelente qualidade pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, o Crea.

Mil vezes mais bem acabado que os prédios do Sérgio Naya, aquele do Palace que caiu.

O interessante é que a polícia tenha demorado tanto tempo para "descobrir" o tal túnel. Alguma coisa não deu certo, porque ninguém, muito menos bandidos perigosos do Rio, se meteriam num empreendimento daqueles sem um mínimo de garantias.

Por isso ou por aquilo, o fato é que o túnel desabou nas mãos do lado do "bem". Ele seria, pegando emprestada a metáfora genial de Zuenir Ventura, uma ligação entre os dois lados da "cidade partida".

Não deu certo, metaforicamente porque a cidade deve permanecer partida.

A cidade do rock e a cidade do rapa não podem ter um canal de comunicação tão eficiente. Que fique cada um do seu lado, uns com quase tudo, outros com o quase nada que Deus lhes deu.



Por falar em cidade do rock, eis aí mais um exemplo de como o Brasil (o Rio como emblema) é peculiar. O maior palco, o maior público, o maior festival. Eu fui ao Rock in Rio, vi, ouvi e aprovei. Uma investida comercial respeitável, que levantou o moral do Rio, movimentou um mundo de gente e de quebra ainda patrocinará projetos sociais em 70 favelas da cidade. Que assim seja sempre.



A Polícia Federal deve estar morrendo de vergonha por causa de seus agentes de São Paulo, que só faltam estender tapete vermelho para o Nicolau dos Santos Neto (chamá-lo de juiz é uma ofensa ao nossos ilustres e verdadeiros magistrados).

O que é isso? Para que tanto rapapé? Tinha um agente de bigode (saiu em foto de O Globo) que se desdobrou ao máximo para proteger, com as próprias mãos, a cabeça do homem.

Será que era para não desmanchar aquele penteado lindo?

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