População de rua incomoda, mas é um problema sem solução; ouça Soninha

O movimento "Nossa São Paulo: Outra Cidade" apresentou, há cerca de um mês, uma compilação de dados sobre a capital paulista e uma pesquisa sobre a opinião dos cidadãos sobre a administração pública.

Sonia Francine Gaspar Marmo, colunista da Folha e responsável por um blog da Folha Online, diz que uma das áreas que mais receberam avaliação negativa foi a de população de rua. O resultado, apresentado no auditório do Sesc Consolação, em São Paulo, foi aplaudido pela numerosa presença da platéia. Ouça outros podcasts da colunista.

Soninha

"A sociedade está sim reprovando a administração pública, mas nem todo mundo está reprovando por solidariedade à população de rua", declara Soninha.

De acordo com a colunista, as reclamações enviadas aos gabinetes dos vereadores e às subprefeituras de São Paulo solicitam a retirada da população de rua de frente de suas casas e das ruas onde moram. Ela fala que são poucas as vezes em que é demonstrada preocupação com a realidade destas pessoas.

"Você não pode tirá-las à força da rua, se as próprias pessoas não quiserem. Você tem que ter um esforço muito grande de persuasão, e até de sedução, porque essas pessoas estão super escaldadas. Elas têm medo dos poderes instituídos", conta a colunista.

Soninha comenta que não tem vaga para todo mundo nos albergues e que encaminhar estas pessoas para estes locais é difícil. A vereadora explica que quem está acostumado a viver na rua não quer se adaptar às regras de convivência, como horários e proibição de beber e fumar.

Segundo a colunista, todas as civilizações tiveram o fenômeno da população de rua e isso nunca será completamente equacionado. Ela fala que existe uma situação calamitosa atualmente, mas a solução não está em levar as pessoas para outros lugares.

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