Partido a favor da maconha deve entrar para o Parlamento de Israel
da Reuters, em JerusalémAssustados diante do conflito travado com os palestinos e cansados dos políticos que não oferecem uma clara solução para a crise, os israelenses parecem prontos para colocar no Parlamento um partido que defende a legalização da maconha.
O partido Folha Verde, que não defende apenas a legalização da droga, mas também o cultivo da planta em depósitos de lixo para absorver do solo os metais pesados, está entre as 29 legendas que disputam as 120 cadeiras do Parlamento na eleição do próximo dia 28.
Segundo as pesquisas, o Folha Verde deve eleger ao menos um deputado, uma meta bastante distante para algumas das pequenas legendas que participam da disputa, neste ano desprovida da carga cômica vista em pleitos passados.
Em disputas anteriores, os israelenses puderam se divertir com as piadas de uma família de baratas que vivia sob a pia da cozinha do ex-premiê Benjamin Netanyahu.
"Não faz sentido transformar 1 milhão de cidadãos honestos de Israel em criminosos", diz a propaganda do Folha Verde, aludindo ao suposto número de israelenses que fazem uso da maconha.
Em um aviso por escrito divulgado ao final dos comerciais, o partido adverte não ser favorável ao consumo da droga por crianças, jovens ou soldados.
Concentrando-se na questão da segurança, o partido direitista Likud, do primeiro-ministro Ariel Sharon, deve sair do pleito como o maior do Parlamento e tentar, então, formar um governo de coalizão.
Membros do Partido da Lei Natural, que não participa desta disputa, apareciam na TV na posição de lótus em comerciais que visavam, segundo diziam, à defesa da paz.
Agora, porém, diante da morte de quase 650 israelenses desde o início do levante palestino contra a ocupação israelense, os candidatos desistiram do humor e optaram pela seriedade pura e simples. O número de palestinos mortos no conflito chega a quase 1.500.
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