Reuters
22/01/2003 - 09h24

EUA dizem que já planejam pós-guerra no Iraque

da Reuters, em Washington

Criticado por não apresentar um plano sobre o que fazer após uma eventual guerra no Iraque, o governo norte-americano disse ao Congresso ontem que vai permanecer no país "enquanto for necessário" para reconstruí-lo.

"Se for necessário adotar uma ação militar contra o Iraque, os Estados Unidos, com seus parceiros de coalizão, desempenharão seu papel para enfrentar os desafios humanitários, administrativos e de reconstrução imediatamente após um conflito", disse o governo em relatório aos parlamentares.



O texto foi enviado no mesmo dia em que um importante centro de estudos criticou a falta de planos para o pós-guerra, dizendo que isso traz "graves ameaças" aos EUA e a seus interesses regionais.

O relatório do governo, centrado no desarmamento iraquiano, foi pedido em outubro, quando o Congresso autorizou o governo a usar a força contra o regime de Saddam Hussein.

No domingo (19), o senador democrata Tom Daschle reclamou do fato de o governo não ter cumprido o prazo de 60 dias para apresentar o relatório, que repete as acusações de que o Iraque não está cumprindo as exigências de desarmamento feitas pela ONU (Organização das Nações Unidas).

O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais recomendou, em um outro relatório divulgado ontem, que Washington crie desde já uma força de segurança provisória para o Iraque, nomeando um governo interino e apresentando um plano para eliminar as armas de destruição em massa que, segundo a Casa Branca, o Iraque possui.

"As experiências recentes no Haiti, nos Bálcãs, em Timor Leste, no Afeganistão e em outros lugares demonstram que 'conquistar a paz' é frequentemente mais difícil do que vencer a guerra", disse o relatório.

"Até agora, porém, os sinais de uma escalada militar e planos de contingência humanitária não vieram acompanhados de ações concretas e visíveis pelos EUA, a ONU e outros, que destinem recursos civis e militares para lidar com a miríade de desafios a serem enfrentados."

O relatório conclui que "esta situação ameaça gravemente os interesses dos Estados Unidos, dos iraquianos, da região e da comunidade internacional como um todo".

A mensagem ao Congresso afirma que o governo "tem compromisso total de ficar no Iraque enquanto for necessário para cumprir suas responsabilidades, mas está igualmente comprometido a sair assim que o povo iraquiano estiver em posição de arcar com essas responsabilidades".

Segundo o governo, a Usaid (agência de assistência a países pobres) e o Departamento de Estado estão coordenando os planos de ajuda humanitária. Exilados iraquianos estão sendo chamados para discutir questões como saúde pública, infra-estrutura e instituições democráticas.

Mas o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais acha que é preciso também, ainda antes do conflito, recrutar uma polícia e um Judiciário multinacionais, preparar o fim das sanções contra o Iraque, conseguir doações e renegociar a dívida do país.

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