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25/02/2003 - 03h24

Leia um dos "Contos Gauchescos"

da Folha de S.Paulo

Leia abaixo "O Negro Bonifácio", um dos contos do livro "Contos Gauchescos" (Artes e Ofícios, 194 págs., R$ 14), de Simões Lopes Neto. As notas são de Luís Augusto Fischer, autor do "Caminho das Pedras" deste mês.

O NEGRO BONIFÁCIO

...SE o negro era maleva1? Cruz! Era um condenado!... mas, taura2, isso era, também!

Quando houve a carreira3 grande, do picaço do major Terêncio e o tordilho4 do Nadico (filho do Antunes gordo, um que era rengo), quando houve a carreira, digo, foi que o negro mostrou mesmo pra o que prestava...; mas foi caipora5.

Escuite.

A Tudinha era a chinoca mais candongueira6 que havia por aqueles pagos. Um cajetilha7 da cidade duma vez que a viu botou-lhe uns versos mui lindos — pro caso — que tinha um que dizia que ela era uma

"..................................chinoca airosa,
Lindaça como o sol, fresca como uma rosa!..." 8

E o sujeito quis retouçar9, porém ela negou-lhe o estribo10, porque já trazia mais de quatro pelo beiço11, que eram dali, da querência, e aquele tal dos versos era teatino12...

Alta e delgada, parecia assim um jerivá ainda novinho, quando balança a copa verde tocada de leve por um vento pouco, da tarde. Tinha os pés pequenos e as mãos mui bem torneadas; cabelo cacheado, as sobrancelhas finas, nariz alinhado.

Mas o rebenqueador13, o rebenqueador..., eram os olhos!...

Os olhos da Tudinha eram assim a modo olhos de veado-virá, assustado: pretos grandes, com luz dentro, tímidos e ao mesmo tempo haraganos14... pareciam olhos que estavam sempre ouvindo... ouvindo mais, que vendo...

Face cor de pêssego maduro; os dentes brancos e lustrosos como dente de cachorro novo; e os lábios da morocha15 deviam ser macios como treval, doces como mirim16, frescos como polpa de guabiju...

E apesar de arisca, era foliona e embuçalava17 um cristão, pelo só falar, tão cativo...

No mais, buenaça18, sem entono19; e tinha de quê, porque corria à boca pequena que ela era filha do capitão Pereirinha, estancieiro, que só ali, nos Guarás, tinha mais de não sei quantas léguas de campo de lei, povoado20. O certo é que o posto em que ela morava com a mãe, a sia Fermina, era um mimo; tinha de um tudo: lavoura, boa cacimba, um rodeíto manso; e a Tudinha tinha cavalo amilhado21, só do andar dela, e alguma prata nos preparos22.

Parecenças, isso, tinha, e não pouco, com a gente do capitão...

O velho, às vezes, ia por lá, sestear, tomar um chimarrão...

Pois para a carreira essa, tinha acudido um povaréu imenso.

E ela veio, também, com a velha. Velha, é um dizer, porque a sia Fermina ainda fazia um fachadão...

E deu o caso que os quatro embeiçados também vieram, e um, o mais de todos, era o Nadico.

E sem ninguém esperar, também apareceu o negro Bonifácio.

É assim que o diabo as arma23...

Escuite.

O negro não vinha por ela, não; antes mais por farrear, jogar e beber: ele era um perdidaço pela cachaça e pelo truco24 e pela taba25.

E bem montado, vinha, num bagual lobuno rabicano, de machinhos altos, peito de pomba e orelhas finas, de tesoura; mui bem tosado a meio cogotilho, e de cola atada, em três tranças, bem alto, onde canta o galo26!...

E na garupa, mui refestelada, trazia uma chirua, com ar de querendona27...

Êta! negro pachola!

De chapéu de aba larga, botado no cocoruto da cabeça e preso num barbicacho de borlas morrudas, passado pelo nariz; no pescoço um lenço colorado, com o nó republicano; na cintura um tirador de couro de lontra debruado de tafetá azul e mais cheio de cortados do que manchas tem um boi salino28!

E na cintura, atravessado com entono, um facão de três palmos, de conta.

Na pabulagem29, andava sozinho: quando falava, era alto e grosso e sem olhar para ninguém.

Era um governo, o negro30!

Ora bem; depois de se mostrar um pouco, o negro apeou a chirua e já meio entropigaitado31 começou a pastorejar32 a Tudinha... e tirando-se dos seus cuidados encostou o cavalo rente no dela e aí no mais, sem um — Deus te salve! — sacudiu-lhe um envite para uma paradita na carreira grande33. A piguancha34 relanceou os seus olhos de veado assustado e não se deu por achada; ele repetiu o convite da aposta e ela então — depois explicou — de puro medo aceitou, devendo ganhar uma libra de doces, se ganhasse o tordilho35. O tordilho era o do Nadico.

Ficou fechado o trato.

O negro — era ginetaço36! — deu de rédea no lobuno, que virou direito, nos dois pés, e já lhe cravou as chilenas37, grandes como um pires, e saiu escaramuçando, meio ladeado!

O quatro brancos se olharam...; o Nadico estava esverdeado, como defunto passado...

A Tudinha pegou logo a caturritar38, e a cousa foi passando, como esquecida.

Mas, quê!... o negro estava jurado...

Escuite.

Entraram na cancha os parelheiros, todos dois pisando na ponta do casco, mui bem compostos e lindos, de se lavar com um bochecho d'água39.

Fizeram as partidas; largaram; correram; ganhou, de fiador40, o do Nadico, o tordilho.

Depois rompeu um vozerio, a gente desparramou-se, parecia um formigueiro desmanchando; as parcerias se juntaram, uns pagavam, outros questionavam... mas tudo se foi arreglando41 em ordem, porque ninguém foi capaz de apontar mau jogo.

E foi-se tomar um vinho que os donos da carreira ofereceram, como gaúchos de alma grande, principalmente o major Terêncio, que era o perdedor.

E a Tudinha lá foi, de charola42.

No barulho das saúdes e das caçoadas, quando todos se divertiam, foi que apareceu aquele negro excomungado, para aguar o pagode. Esbarrou o cavalo na frente do boliche; trazia na mão um lenço de sequilhos43, que estendeu à Tudinha: havia perdido, pagava...

A morocha parou em meio um riso que estava rindo e firmou nele uns olhos atravessados, esquisitos, olhos como pra gente que já os conhecesse... e como sentiu que o caso estava malparado, para evitar o desaguisado44, disse:

— Faz favor de entregar à mamãe, sim?!...

O negro arreganhou os beiços, mostrando as canjicas, num pouco caso e repostou45:

— Ora, misturada46!... eu sou teu negro, de cambão!..., mas não piá da china velha! Toma!

E estendeu-lhe o braço, oferecendo o atado dos doces.

Aqui, o Nadico manoteou47 e no soflagrante sopesou a trouxinha e sampou48 com ela na cara do muçum49.

Amigo! Virge' nossa senhora!

Num pensamento o negro boleou a perna50, descascou o facão e se veio!...

O lobuno refugou, bufando.

Que peleia mais linda!

Vinte ferros faiscaram; era o Nadico, eram os outros namorados da Tudinha e eram outros que tinham contas a ajustar com aquele tição atrevido.

Perto do negro Bonifácio, sentado sobre um barril, sem ter nada que ver no angu, estava um paisano tocando viola: o negro — pra fazer boca , o malvado! —, largou-lhe um revés, tão bem puxado, que atorou os dedos do coitado e o encordoamento e afundou o tampo do estrumento!....

Fechou o salseiro.

O Nadico mandou a adaga e atravessou a pelanca do pescoço do negro, roçando na veia artéria; o major tocou-lhe o fogo, de pistola, indo a bala, de refilão51, lanhar-lhe uma perna... o ventana52 quadrava o corpo, e rebatia os talhos e pontaços que lhe meneavam sem pena.

E calado, estava; só se via no carão preto o branco dos olhos, fuzilando...

Ai!...

Foi um grito doido da Tudinha... e já se viu o Nadico testavilhar53 e cair, aberto na barriga, com a buchada de fora, golfando sangue!...

No meio do silêncio que se fez, o negro ainda gritou:

— Come agora os meus sobejos54!...

Depois, roncou, tal e qual como um porco acuado... e então, foi uma cousa bárbara!...

Em quatro paletadas, desmunhecando uns, cortando outros, esgravatando outros, enquanto o diabo esfrega o olho, o chão ficou estivado55 de gente estropiada, espirrando a sangueira naquele reduto.

É verdade também que ele estava todo esfuracado: a cara, os braços, a camisa, o tirador, as pernas, tinham mais lanhos que a picanha de um reiúno empacador56: mas não quebrava o corincho, o trabuzana57!

Aquilo seria por obra dalguma oração forte, que ele tinha, cosida no corpo.

A esse tempo, era tudo um alarido pelo acampamento; de todos os lados chovia gente no lugar da briga.

A Tudinha, agarrada ao Nadico, com a cabeça pousando-lhe no colo, beijando-lhe ela os olhos embaciados e a boca já morrente, ali, naquela hora braba, à vista de todo o mundo e dos outros seus namorados, que se esvaíam, sem um consolo nem das suas mãos nem das suas lágrimas, a Tudinha mostrava mesmo que o seu camote58 preferido era aquele, que primeiro desfeitou e cortou o negro, por causa dela...

Foi então que um gaúcho gadelhudo59, mui alto, canhoto, desprendeu da cintura as boleadeiras e fê-las roncar por cima da cabeça... e quando ia soltá-las, zunindo, com força pra rebentar as costelas dum boi manso, e que o negro estava cocando o tiro60, de facão pronto pra cortar as sogas61..., nesse mesmo momento e instante a velha Fermina entrou na rosa, e ligeira como um gato, varejou no Bonifácio uma chocolateira de água fervente, que trazia na mão, do chimarrão que estava chupando...

O negro urrou como um touro na capa...; a rumo no mais avançou o braço, e fincou e suspendeu, levando a velha, estorcendo-se, atravessada no facão, até o esse62...; ao mesmo tempo, mandado por pulso de homem um bolaço cantou-lhe no tampo da cabeça e logo outro, no costilhar, e o negro caiu, como boi desnucado, de boca aberta, a língua pontuada, mexendo em tremura uma perna, onde a roseta da chilena tinia, miúdo...

Patrício, escuite!

Vi então o que é uma mulher rabiosa63...: não há maneia nem buçal64 que sujeite: é pior que homem!...

A Tudinha já não chorava, não; entre o Nadico, morto, e a velha Fermina, estrebuchando, a morocha mais linda que tenho visto saltou em cima do Bonifácio, tirou-lhe da mão sem força o facão e vazou os olhos do negro, retalhou-lhe a cara, de ponta e de corte65... e por fim, espumando e rindo-se, desatinada — bonita sempre! -, ajoelhou-se ao lado do corpo e pegando o facão como quem finca uma estaca, tateou no negro sobre a bexiga, pra baixo um pouco — vancê compreende?...— e uma, duas, dez, vinte, cinqüenta vezes cravou o ferro afiado, como quem espicaça uma cruzeira66 numa toca... como quem quer estraçalhar uma cousa nojenta... como quem quer reduzir a miangos67 uma prenda68 que foi querida e na hora é odiada!...

Em roda, a gauchada mirava, de sobrancelhas rugadas, porém quieta: ninguém apadrinhou o defunto.

Nisto um sujeito que vinha a meia rédea sofrenou o cavalo quase em cima da gente: era o juiz de paz69.

Mais tarde vim a saber que o negro Bonifácio fora o primeiro a... a amanonsiar70 a Tudinha; que ao depois tomara novos amores com outra fulana, uma piguancha de cara chata, beiçuda; e que naquele dia, para se mostrar, trouxera na garupa a novata, às carreiras, só de pirraça, para encanzinar, para tourear a Tudinha, que bem viu, e que apesar dos arrastados de asa daquela moçada e sobretudo do Nadico, que já a convidara para se acolherar71 com ele, sentira-se picada, agoniada da desfeita que só ela e o negro entendiam bem...; por isso é que ela ficou como cobra que perdeu o veneno...

Escuite.

Até hoje me intriga, isto: como uma morena, tão linda, entregou-se a um negro, tão feio?...

Seria de medo, por ele ser mau?... Seria por bobice de inocente?... Por ele ser forçudo e ela franzina?... Seria por...

Que, de qualquer forma, ela vingou-se, isso, vingou-se; mas o resto que ela fez no corpo do negro? Foi como um perdão pedido ao Nadico ou um despique72 tomado da outra, da piguancha beiçuda?...

Ah! mulheres!...

Estancieiras ou peonas, é tudo a mesma cousa... tudo é bicho caborteiro73...; a mais santinha tem mais malícia que um sorro74 velho!...

Notas
1- Genioso, rancoroso, malvado; malfeitor.
2- Valente; astuto.
3- Corrida entre dois cavalos, em linha reta (por isso chamada "corrida de cancha reta"). Todo o conto se passa em torno de uma carreira, evento social importante na região.
4- Picaço: cavalo de pêlo escuro, com testa ou pés brancos; tordilho: cavalo de pêlo negro com machas brancas.
5- Tipo que provoca infelicidade, azar, confusão.
6- Mimosa, jeitosa. Candonga também significa intriga, fofoca.
7- Rapaz de cidade, bem vestido, presumido. No contexto, a designação tem algo de pejorativo.
8- Na edição Globo, com notas de Aurélio Buarque de Hollanda, está a quadra de onde saíram os versos: "Duma feita, eu já tinha atravessado o passo, / E estava retovando as bolas junto ao laço, / Quando vi, a banhar-se, uma chinoca airosa, / Lindaça como o sol, fresca como uma rosa". O autor é Múcio Teixeira (1857-1926). Chinoca: mulher, sem sentido geral; originalmente, mulher com traços indígenas.
9- Literalmente, brincar; figuradamente, namorar.
10- Negar o estribo: comparação que justapõe a égua que recusa o cavaleiro e a mulher que recusa o pretendente.
11- Trazer pelo beiço: dominar completamente, por causa da paixão.
12- Andarilho, sujeito sem paradeiro certo.
13- Encanto natural, fascínio. Figura de linguagem a partir de rebenque, pequeno chicote.
14- Haragano se diz do animal que não se deixa prender; rebelde, insubmisso.
15- Morena; mestiça, cabocla.
16- Mirim: mel de abelhas pequenas. Nesta passagem, Blau Nunes recorre a várias comparações entre a Tudinha e elementos naturais, concretizando com exemplos certos aspectos abstratos da descrição que faz para seu interlocutor. Há quem diga que tal recurso é típico de culturas não-urbanas; no linguajar campeiro gaúcho, seu uso é regular e altamente produtivo.
17- Buçal: arreio da cabeça do cavalo; no contexto, embuçalar significa prender, sujeitar.
18- Mais que "buena", isto é, boa.
19- Soberba, arrogância.
20- Campo povoado quer dizer campo com gado, portanto com valor superior.
21- Tratado a milho, com cuidados maiores do que o normal.
22- Peças que constituem o arreamento do animal de montaria.
23- O narrador açula a atenção de seu interlocutor, anunciando a intervenção (figurada) do diabo, causador de confusões. O mesmo se pode ver na linha seguinte, com aquele pedido "Escuite".
24- Jogo de cartas.
25- O popular jogo do osso; também se diz tava.
26- Bagual: cavalo arisco; lobuno: de pêlo escuro, acinzentado; rabicano
: cavalo com rabo entremeado de fios brancos; machinho: a parte da pata do cavalo que fica logo acima do casco; tosado: com a crina cortada; a meio cogotilho: tipo de tosa que se faz na crina, acompanhando o desenho do pescoço; de cola atada: com o rabo atado. Toda a descrição indica que o cavalo de Bonifácio é notável, aparece muito, todos percebem. No contexto, significa uma espécie de bravata de seu proprietário, que adorna o animal o mais que pode.
27- Chirua: cabocla, mestiça; querendona: namoradora.
28- A descrição da estampa de Bonifácio também mostra sua ostentação: o chapéu preso pelo barbicacho (cordão) passado pelo nariz, e não sob o queixo; o lenço vermelho com o nó republicano, que evoca a figura dos Farrapos - lembremos que a história se passa muito possivelmente no Império, após a derrota dos republicanos pelo governo brasileiro; o tirador (tira de couro que os laçadores usam na cintura quando laçam a pé) com detalhes decorativos. Salino: de pêlo salpicado de pintas de cor distinta da predominante. Veja-se também o tamanho do facão que ele carrega, como descrito na linha seguinte. Tudo mostra que Bonifácio é um tipo arrogante, desafiador, destemido.
29- Orgulho, empáfia.
30- Era um governo: expressão que significa "era uma figura", "era um tipo raro".
31- Desnorteado, atrapalhado.
32- Cortejar.
33- Envite: convite; paradita: aposta. A carreira grande corresponde ao páreo principal do evento todo.
34- Moça, mulher, chirua; no contexto, tem algo de depreciativo.
35- Cavalo preto com manchas brancas.
36- Cavaleiro hábil.
37- Esporas. Note o tamanho avantajado das chilenas.
38- Falar muito, tagarelar.
39- De se lavar com um bochecho d'água: expressão de elogio a animal bem apresentado, bem tratado.
40- Ganhar de fiador: vencer pela curta distância de que vai da cabeça até a garganta do cavalo.
41- Acertando.
42- Charola é sinônimo de andor; no contexto, pode significar que ela foi carregada, como se num andor, ou, metaforicamente, que ela se conduziu com ares de quem vai carregada por outros, já que o cavalo em que apostou resultou vencedor da corrida.
43- Bolinho seco, de farinha.
44- Briga, contenda, confusão.
45- Respondeu.
46- Cabocla, mestiça; no contexto, pode ter algo de depreciativo (já que Tudinha era filha bastarda do Capitão Pereirinha).
47- Manotear: diz-se do cavalo que ele manoteia quando bate com as patas dianteiras; no contexto, significa agarrar bruscamente (o atado dos doces).
48- Atirou.
49- Literalmente, peixe escuro, com forma de serpente.
50- Bolear: movimentar; no caso, Bonifácio mexeu-se para descer do cavalo.
51- De raspão.
52- Desordeiro, brigão.
53- Tropeçar.
54- Literalmente, sobras. Aqui a palavra parece meio arbitrária, mas em seguida se explica seu uso.
55- Cheio.
56- Picanha: a parte posterior da região lombar da rês; reiúno: animal de baixa qualidade.
57- Quebrar o corincho: acabar com a bazófia de alguém; trabuzana: valentão.
58- Namorado.
59- Cabeludo.
60- Cocar: espreitar.
61- Corda. Pela descrição, Bonifácio estava esperando o tiro de boleadeira com o facão na mão.
62- O esse: refere-se ao anteparo que se localiza entre a lâmina e o cabo da faca, em forma de "s".
63- Raivosa.
64- Maneia: correia que prende as patas do cavalo; buçal: arreio da cabeça do cavalo. Os dois elementos indicam submissão.
65- De ponta e de corte: com a ponta e com a lâmina do facão.
66- Refere-se à cobra cruzeiro.
67- Pequenos pedaços; destroços.
68- No contexto, prenda é sinônimo de coisa desejada.
69- Hipótese interpretativa aventada por Flávio Aguiar: a briga rude se encerra, simbolicamente, com a chegada da lei, isto é, a selvageria cede lugar à ordem, o primitivismo dá lugar à civilização.
70- Domar, amansar; no contexto, significa ter relações sexuais. Mais uma vez, o narrador usa termos que comparam ou igualam os homens aos animais.
71- Juntar, acasalar.
72- Desagravo ,vingança.
73- Arisco, manhoso, traiçoeiro.
74- Raposo; figuradamente, falso, dissimulado.


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