31/08/2004
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03h40
Associações e celebridades dividem mercado americano
Suzana Barellifree-lance para a
Folha de S.PauloEm 1872, o escritor norte-americano Mark Twain participou de uma série de palestras para promover o seu livro "Roughing It". O evento é citado por Jim Montoya, vice-presidente executivo da IASB (International Association of Speakers Bureaus), com sede nos Estados Unidos, como um dos primeiros marcos das palestras remuneradas no país.
Muita coisa mudou nesses quase 150 anos. "A maioria começa cobrando US$ 3.000 por hora de apresentação, e o valor vai subindo conforme a pessoa se torna mais conhecida, escreve livros etc.", afirma Dorothy Walters, presidente do banco de palestras Walters Internacional Speakers Bureau e fundadora do IASB. "Quando se tornam celebridades, chegam a ganhar US$ 600 mil por apresentação", acrescenta.
O setor também se organizou, primeiro com os bancos de palestrantes e depois com as associações, que "ganharam força quando as pessoas perceberam que não tinham idéia de como contratar ou entrar em contato com os palestrantes", segundo Montoya. Foi o primeiro sinal da profissionalização do setor. Atualmente, estima-se que nos EUA exista mais de 4.000 palestrantes profissionais e mais de 400 bancos de palestrantes.
A associação internacional surgiu em 1986, com o objetivo de prover educação, "networking" e assessoria para os bancos de palestrantes. Inicialmente chamada de International Group of Agents and Bureaus, a IASB tem 115 membros, incluindo associações do Canadá, da Espanha, da Inglaterra e da Nova Zelândia.
Os sócios do IASB devem seguir seus objetivos, suas regras e, principalmente, um código de ética. Casos polêmicos são encaminhados para um comitê de ética. "A associação não tem autoridade legal, mas o mercado sabe que os bancos se preocupam com a ética do setor", afirma Montoya.
Segundo o executivo, é possível dividir os palestrantes em duas categorias: os profissionais, que vivem apenas de suas apresentações, e as celebridades. "São aqueles palestrantes que têm o seu trabalho, mas são chamados para apresentações", define. Walters afirma que tem crescido a gama de produtos ligados às palestras. "Muitos têm lançado livros e itens em áudio e vídeo com os temas de suas palestras", afirma. "Eles estão ganhando um bom dinheiro adicional a seus cachês", acrescenta.
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