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08/04/2002 - 16h19

Neve substitui prata e leva medalhas a pistas de Park City

CARLOS SARLI
enviado especial a Park City (EUA)

"A melhor neve do mundo." À primeira leitura, a frase usada para promover a estação de Park City, em Utah, nos Estados Unidos, é uma mistura de pretensão com golpe de marketing.

Mas, ao conhecer a estação escolhida pelo time americano de esqui e snowboard como base de treinamento, sede de um terço das competições da Olimpíada de Inverno 2002 e onde uma das montanhas, Deer Valley, desbancou Vail e Whistler do topo do mais respeitado ranking do assunto, é fácil mudar de idéia.

Com a bênção da natureza, a segunda leitura é de que o marketing simplesmente sabe explorar o que a região tem de melhor.

Com 6.117 habitantes, Park City ficou na 15ª posição entre as 50 melhores cidades para viver nos Estados Unidos, em uma pesquisa publicada em março pela revista "Men's Journal".

O levantamento considerou apenas lugares com até 50 mil habitantes, comparando aspectos como saúde, segurança, vizinhos e acesso a esportes ao ar livre. Tudo o que pode ser resumido em qualidade de vida. Embora a famosa neve de Utah seja motivo suficiente para conhecer Park City, sem dúvida não é o único.

Se hoje as pessoas vão a Park City atraídas pelo ouro das medalhas olímpicas, há 130 anos foi a prata que levou para as montanhas aventureiros e exploradores.

Fundada em 1884, cerca de 40 anos após a chegada dos mórmons a Utah e 20 anos depois do início da mineração na região, Park City viveu seu auge na virada do século 19. O lugar fez fortunas como a do patriarca da família Hearst, George, pai de William Randolph Hearst, magnata da imprensa americana, com os US$ 400 milhões em prata extraídos de seu subterrâneo.

Na Main Street, até hoje é possível resgatar a fase prateada da cidade. Basta observar sua arquitetura estilo Velho Oeste e entrar em um de seus "saloons" -hoje há menos que os 27 que atendiam os sedentos mineiros há mais de um século- para tomar um drinque e soltar a imaginação. O cenário está armado. Se preferir, o museu no número 528, um dos 64 prédios listados no Registro Nacional de Lugares Históricos, mantém exposições sobre os primeiros anos da cidade.

Apesar da proximidade de Salt Lake City, centro mundial da Igreja de Jesus Cristo Santo dos Últimos Dias, a cidade é a única da região que não foi fundada por mórmons. A influência dos adeptos da igreja é muito pequena.

O mito da proibição da venda de bebidas alcoólicas, por exemplo, é coisa do passado. Para ser mais preciso, a Lei Seca passou a vigorar na região em 1917, dois anos antes de se tornar lei nacional, e durou 15 anos.

Alguns grandes incêndios por pouco não dizimaram a cidade, mas foi a queda dos preços da prata que transformou Park City em cidade-fantasma. Dos cerca de 10 mil habitantes na virada do século 19, pouco mais de mil resistiam por lá em meados do século passado. Crise, como dizem os manuais de marketing, gera oportunidade. Nessa época, o primeiro "ski-lift" foi instalado na montanha Snow Park, hoje integrada a Deer Valley. Era o início da descoberta de outra mina, dessa vez sobre as montanhas.

Carlos Sarli, colunista da Folha, viajou a convite da Câmara de Comércio e Turismo de Park City

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