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27/01/2005 - 09h53

Carnaval: Anti-samba, São Luiz do Paraitinga cultiva marchinha

MARGARETE MAGALHÃES
da Folha de S.Paulo

Embalada ao som de marchinhas, São Luiz do Paraitinga cultiva um dos mais famosos carnavais de rua no interior paulista. A pequena cidade de 10 mil habitantes gaba-se por ter reunido mais de 1.500 marchas de Carnaval em duas décadas. E o número aumenta a cada ano. Com a realização do 20º Festival de Marchinhas de São Luiz do Paraitinga na última sexta e no sábado, novas músicas passaram a integrar o repertório carnavalesco da cidade.

A brincadeira de rua atrai hoje 20 mil forasteiros no Carnaval, mas, por 60 anos, a folia ficou só na saudade. Na década de 20 do século passado, um padre italiano vetou a festa na cidade, quase a amaldiçoando e associando-a castigo divino. O máximo de folia que acontecia era um bailinho ou outro no clube local, pois a brincadeira de rua durante o Carnaval havia sido deixada de lado.

"Os luisenses eram até motivo de chacota", conta Galvão Frade, diretor de Cultura de São Luiz do Paraitinga.

Foi em 1981 que o clube Imperial Luisense e a Prefeitura de São Luiz do Paraitinga resolveram ressuscitar o Carnaval de rua.

Surgiram cinco blocos: Zona do Agrião, Ovelhas Negras, do Petróleo, Melindrosas e da Rua Nova, dos quais quatro elegeram a marcha --como nos carnavais de antigamente-- e apenas um preferiu o samba. "Não sabíamos que tipo de Carnaval iria surgir. O espelho que tínhamos era o Carnaval do Rio. Ninguém instituiu nada, mas a marcha se sobressaiu", conta Frade.

No primeiro ano, surgiram cerca de 20 músicas inéditas e outras cinco resgatadas da década de 40. Três anos depois, em 1984, foi criado o 1º Festival de Marchinhas de Carnaval, que completou sua 20ª edição em 2005 --não houve festival em 1985 e 1987.

Os vencedores são conhecidos dois finais de semana antes do Carnaval e recebem uma premiação simbólica (R$ 600 para o campeão). Neste ano a agraciada foi a marchinha Estrelas na Mão, composta por Coca, Rogério, Nicolini e Portela, de Taubaté.

Na boca do povo

Segundo Frade, nem sempre o primeiro lugar cai no gosto popular. Nos carnavais da cidade, a música mais lembrada é uma marchinha de 1999 cantada no bloco do Barbosa, um motorista de ônibus, cuja letra foi composta no próprio "bondão".

"Ô ô Barbosa, essa curva é perigosa. Siga em frente nessa linha que eu vou contar para tia Rosa. Ô ô Barbosa, ai que dor no coração. Ô ô Barbosa, mete o pé nesse bondão", diz o refrão da marcha cantarolada e coreografada com animação. Neste ano, o bloco desfilará na terça-feira de Carnaval, às 15h, com início no largo do Rosário e chegada à praça Oswaldo Cruz. No Carnaval, além das bandas no coreto da praça, saem às ruas do município 23 blocos oficiais e alguns extra-oficiais. "A folia é familiar, até com carrinho de bebê. Tem uma parte teatral e um ritual forte", diz Frade.

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