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17/02/2005 - 10h00

Texas: No Space Center, o céu não serve de limite para viagem

LUÍS SOUZA
Enviado especial ao Texas (EUA)

Levante a mão quem já sonhou em ser astronauta! Se você está com a mão erguida, em Houston há um dos passeios da sua vida: o Johnson Space Center, o setor da Nasa (agência espacial americana) no qual os astronautas recebem treinamento e de onde são monitorados todos os vôos espaciais dos Estados Unidos.

O Johnson Space Center (www.jsc.nasa.gov) foi aberto para turistas em 1992. Para que isso fosse possível, foi construído um centro de visitantes de 17 mil metros quadrados projetado pela Walt Disney Imagineering ao custo de US$ 70 milhões. Deu certo. O lugar é a Disneylândia das viagens espaciais, uma mistura de parque temático científico com museu de aventuras orbitais humanas.

Reserve um dia inteiro para ele, sem medo de ficar entediado. O Johnson Space Center fica a 40 km do centro de Houston. O modo mais cômodo de chegar lá é contratando uma excursão. Por US$ 50 (R$ 129), já incluído o ingresso (US$ 17,95, R$ 46), uma van passará para lhe pegar. A outra opção é alugar um carro (cerca de US$ 39, R$ 100, a diária) e dirigir até lá, já que não há ônibus público que sirva a atração.

Cruzam-se os subúrbios pelas "freeways", onde jazem casas parecidas, nas quais supostamente moram pessoas com empregos comuns. Nem todas. Para algumas, nem o céu é o limite. Elas trabalham na Nasa. Adiante, surge ao longe um amontoado de prédios com arquitetura funcional. Atrás daquelas paredes acontecem coisas surpreendentes.

Por trás das paredes

Ao comprar o ingresso, ganha-se um mapa em que constam os horários das atrações. Nem pense em começar com outra coisa que não o passeio de "trenzinho". Deixa-se o centro de visitantes. Tendo ao fundo uma musiquinha épica, ouve-se o depoimento de ex-astronautas sobre a razão de a humanidade buscar conquistar a imensidão sideral. Pode parecer piegas, mas no contexto funciona.

A impressão é reforçada quando o diretor de vôo aposentado e ex-comandante do Johnson Space Center Gene Kranz explica em uma gravação que, até hoje, ali foram treinados 320 astronautas.
Então se dá conta: ali é a Nasa mesmo! Atrás daquelas paredes todos trabalham para levar gente ao espaço.

"São 87 degraus", avisa a monitora. Sobe-se a escada para o histórico centro de controle de missões. Chega-se à sala onde foram ouvidas as primeiras palavras do homem na Lua e a clássica frase de Jim Lovell, comandante da Apollo 13, quando esta ficou à deriva no espaço: "Houston, we have a problem" (Houston, nós temos um problema).

Os equipamentos estão como eram no começo dos anos 1990, quando foram deixados de ser usados por estarem ultrapassados. A segunda parada é no hangar X, depósito para naves que por algum motivo não passaram nos testes de vôo.

Depois, o visitante segue para as instalações nas quais são treinados os astronautas. Há uma versão de um ônibus espacial e outra de parte da Estação Espacial Internacional para que sejam feitos os exercícios. Tudo separado por vidros. Há até uma bandeirinha brasileira em alguns lugares. Com certeza, ali foi treinado Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro, que mora em Houston.

Na quarta parada, os visitantes contemplam várias árvores, algumas maiores do que as outras. É um memorial. Cada árvore representa um astronauta morto nos acidentes com ônibus espaciais, o Challenger, em 1986, e o Columbia, que em 2003 se desintegrou ao reentrar na atmosfera, matando sete astronautas.

A última parada é opcional. Trata-se do Rocket Park, onde estão réplicas de foguetes testados no começo dos anos 1960, quando ainda não existia o Kennedy Space Center, na Flórida, de onde são feitos hoje os lançamentos.

Galeria

Na Disneylândia das viagens espaciais, o destaque é a galeria de naves espaciais. Lá se pode entrar em uma Apollo e ver um módulo lunar igualzinho ao que desceu na Lua. Também se pode tocar uma pedra lunar (o Johnson Space Center é o maior depósito de pedras lunares do mundo).

Dois dos programas são filmes, um deles no estilo 4-D, que promete a mesma sensação experimentada pelos astronautas quando os foguetes são lançados.

Além desses programas, o local conta com exposições permanentes de roupas de astronautas e de flâmulas de missões. Há ainda simuladores de vôo, cujos ingressos são comprados à parte.

Comida de astronauta

Compre pelo menos uma lembrança: comida de astronauta, do tipo que os homens do espaço comiam nos primórdios. Um sorvete de menta com chocolate, que, claro, não precisa de refrigeração, sai por US$ 4,50 (R$ 12). E o gosto não é bom. De qualquer forma, para quem o come do espaço, a vista deve compensar.

É hora de ir embora. Entra-se no carro ainda com a cabeça na Lua. Sonhando um pouquinho, dá para se imaginar em um foguete. Tome apenas cuidado para não fazer barulho de foguete sendo lançado. Quem estiver ao seu lado pode estranhar.

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