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14/04/2009 - 14h34

Passeio evoca memória musical do Rio de Janeiro

LUIZ FERNANDO VIANNA
da Folha de S.Paulo, no Rio

O Rio é uma cidade musical, dizem as pedras portuguesas dos calçadões de Vila Isabel e Copacabana.

Caminha-se na avenida 28 de setembro -ou faz-se o passeio no bulevar, como se diria no tempo dos três apitos da fábrica de tecidos, hoje um supermercado- sobre partituras de músicas de Noel Rosa.

No meio do caminho há Noel em pedra, uma estátua. Mas o artista está mais bem representado no chão pisado, homem das ruas que aproximou brancos e pretos, asfalto e morro, erudição e simplicidade.

Pedro Carrilho/Folha Imagem
Inaugurada em 1931, a estátua do Cristo Redentor, fica a 710 m de altitude, no cume do morro do Corcovado, no Rio de Janeiro
Inaugurada em 1931, a estátua do Cristo Redentor, fica a 710 m de altitude, no cume do morro do Corcovado, no Rio de Janeiro

Noel é o Rio real.

Fazendo jus ao nome, é um Rio de Janeiro sinuoso, como as curvas desenhadas na avenida Atlântica, onde Copacabana ostenta o título de "princesinha do mar", dado por Braguinha e Alberto Ribeiro.

Um Rio que, só para ficar nos bairros citados, convive em Vila Isabel, zona norte, com o feitiço dos petiscos e chopes deliciosos de seus bares e com a turbulência eventual de seus morros; impressiona em Copacabana, zona sul, com a "gargantilha acesa" da orla à noite e com as recentemente convulsionadas "favelas no coração", nas duas visões do letrista Aldir Blanc.

O Rio de Janeiro continua lindo no Pão de Açúcar e no Corcovado, mas para conhecê-lo de fato é preciso descer até suas contradições, seus estranhos limites, olhar sua "civilização encruzilhada", como cantou Chico Buarque.

Por exemplo: comer uma porção de polvo na pequena Adega Pérola, registrada pelo fotógrafo Pedro Carrilho, mesmo sabendo que ali do lado está a agora demonizada ladeira dos Tabajaras.

"Rio de ladeiras", como as que levam ao bairro de Santa Teresa, versão bem acariocada de Montmartre, confluência de artistas, loucos, beberrões, chefs, marchands.

E agora, com a recuperação consolidada após cinco decadentes décadas (entre os anos 40 e 90), é fácil não esquecer de recomendar a Lapa. Quem irá resistir a passar por seus belos arcos e se deparar com centenas de bares, um ao lado do outro, um boêmio em cima do outro (no bom sentido, embora pensões e hotéis para solteiros estejam abertos 24 horas)?

"Um samba/Um sorriso de mulher/Bate-papo de café/Eis aí a Lapa", retrataram Wilson Batista e Marino Pinto em "Largo da Lapa", nos anos 40. A receita continua valendo. O Rio continua valendo, apesar de todas as penas.

Arte
 

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