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10/03/2007 - 18h48

"Diário de Bordo": Expedição Cone Sul faz parada em Colón

da Folha Online

Diário de BordoO casal Flávio Prado e Maira Hora decidiu pegar um carro e sair de férias. Até aqui, nada demais. O diferente é que os dois vão conhecer as paisagens mais deslumbrantes do Cone Sul e contar tudo, diariamente, para a Folha Online, dando detalhes sobre aspectos úteis e curiosos do percurso. A viagem começou em São Paulo e prevê passagens por cidades do sul do país, Argentina e Chile.

Confira o relato do sexto dia (6 de março) desta aventura.

Colón - Buenos Aires

Colón é simplesmente um charme. Embora o calor e umidade possam te castigar um pouco, a cidade é uma graça, muito bem cuidada, com pessoas educadas e prestativas, cassino, sorveterias lindas, casas coloniais encantadoras e, o mais importante, as praias. Às margens do rio Uruguai, a cidade se transformou em importante porto em 1803. Em 1957, a cidade presenciou um trágico naufrágio, em frente ao Hotel Quirinale. Na balaustrada, beirando a praia, há uma placa em uma árvore, em memória do trágico acidente.

Seguindo pela avenida Costanera Gobernador Quirós, você passará pelas praias Honda, Nueva, pelo balneário Inkier, balneário Piedras Coloradas e, por fim, a praia Norte, com o Complexo Termal e o Golf Club Colón. O centro da cidade possui duas ruas principais: a San Martin e a 12 de Abril, onde se concentra a maior parte do comércio, com suas lojas de artesanatos, agências de turismo, sorveterias, simpáticos restaurantes, cafés e pubs.

Flávio Prado/Folha Imagem
Entrada do hotel-cassino Quirinale, em Colón; confira galeria com imagens da viagem
Entrada do hotel-cassino Quirinale, em Colón; confira galeria com imagens da viagem
Colón e San José são também produtores de gemas preciosas, entre as quais, a de maior destaque é, sem dúvida, a ágata. A fartura desta gema é tão expressiva, que existem centros de artesanatos de ágatas espalhados ao redor de Colón e da região de Entre Rios. Em Concórdia chegamos a ver calçamentos feitos em ágata.

De todas as hospedagens, a mais charmosa delas é a Hosteria Restaurant del Puerto (www.hosteriadelcolon.com.ar) --uma casa salmão com portas verdes. Ao entrar ali, não se sabe ao certo se é uma vila italiana ou mexicana. É uma feliz mistura, absurda de início, mas totalmente equilibrada. O salão do restaurante é totalmente encantador: o balcão possui uma coleção de caixas de correio antigas, de ferro, as mesas são todas em madeira bem cuidadas, enquanto quadros e janelas te levam ao passado. Os quartos superiores são os mais simpáticos e há um pátio interno com mesas e bancos para que você curta toda esta ambientação.

Flávio Prado/Folha Imagem
Sorveteria Las Moras: ar condicionado potente e maravilhosos sorvetes de chocolate
Sorveteria Las Moras: ar condicionado potente e maravilhosos sorvetes de chocolate
Para quem quer um pouco do luxo e da diversão de um cassino, há o Hotel Internacional Quirinale (www.hquirinale.com.ar). Trata-se de um hotel-cassino, localizado na avenida Costanera Gobernador Quirós.

É engraçado chegar à cidade com o carro imundo, encontrar um hotel, descarregar as coisas, descansar um pouquinho e, quando você vai pegar o seu carro, ele está brilhando, limpinho e "novinho em folha"; as pessoas na rua ficam de olho em carros de turistas para prestarem este tipo de serviço para receber uma contribuição no valor que você esiver disponível em dar. Achei ótimo, nem precisei me preocupar em levar o carro em um lava-rápido.

As sorveterias são ótimas, em especial a Las Moras, na rua 12 de Abril. Tem um ar condicionado potente --além dos maravilhosos sorvetes de chocolate.

Flávio Prado/Folha Imagem
Baianos Fábio Eduardo (dir) e Samuel Júnior vendem artesanato de cipó e redes em Colón
Baianos Fábio Eduardo (dir) e Samuel Júnior vendem artesanato de cipó e redes em Colón
Na avenida Costanera Gobernador Quirós, há uma balaustrada que acompanha toda a costa das praias com um mirante que data de 1868. Neste exato local, deparei-me com dois brasileiros: Fábio Eduardo e Samuel Júnior, baianos de Cipó (cerca de 300 km de Salvador). Eduardo e Júnior levam artesanatos trançados em cipó e redes feitas na Bahia para vender em Colón. Criativos e comunicativos, os dois já estão na segunda temporada de trabalho, que vai de dezembro a março, ou abril, na Semana Santa (tudo depende do movimento e do estoque de mercadorias). Ambos aprenderam a se comunicar muito rápido e são divertidos. Turistas tentam comprar até seus próprios chapéus com estampa do Brasil. Eduardo confessa que, em Colón, existe até um grupo de capoeira baiano. "O grupo do mestre Sombra, isso é que é axé!"

Deixamos para trás este encantador porto para, mais uma vez, por o pé na estrada. Vamos deixando a cidade ao som de "Riachão", interpretado por Cássia Eller no Acústico MTV. Meu sangue baiano pediu.

A grande dica para pagar a gasolina ao mesmo preço que os argentinos é: sempre complete o tanque na cidade onde está. É claro que abastecemos antes de sair de Colón, mas me recuso a pagar mais até que alguém me dê uma explicação lógica e sensata --além da velha questão "Maradona ou Pelé?". Aliás, já não agüento mais ouvir isto.

Depois de mais de 2.500 km rodados, estamos na Rodovia 9. Nesta estrada, uma autopista, é possível andar a até 130 km/h. A velociade mínima é de 60 km/h. Estávamos cansados de andar apenas a 110 km/h, 80 km/h e 60 km/h --sem falar dos trechos de 40 km/h e de 20 km/h. A rodovia está em reforma logo na entrada (vindo da Rodovia 12). Mas, passando este trecho, tudo fica ótimo. A rodovia possui três pistas com acostamento, ótima pintura de solo, iluminação e sinalização excelentes. Os caminhões também trafegam por ela, mas respeitam a sinalização, permanecendo na pista da direita. Pelo que pudemos perceber, todos os veículos de grande porte têm adesivo padrão com a velocidade máxima. Por exemplo, caminhões tem adesivo de 80 km/h, já as "pick-ups", de 110 km/h.

Após o pedágio, para entrar em Buenos Aires, cada pista se converte em uma velocidade. Preste atenção em qual você quer andar, porque os motoristas aceleram mesmo. As pistas são ordenadas da esquerda para a direita: uma de 130 km/h, duas de 120 km/h, uma de 110 km/h, uma de 100 km/h e, a última, de 90 a 60 km/h.

Erramos uma saída ao norte da cidade. Há um dispositivo especial para evitar que as pessoas entrem na contramão --ou mesmo, que dêem ré na pista. Trata-se de uma lombada metálica com pinos quadrados e chanfrados no sentido da mão autorizada. Ou seja, se você vier na contramão, terá os pneus estourados imediatamente.

Voltamos à autopista e, mais uma vez, temos preço diferenciado de pedágio para estrangeiros. Como já estamos espertos, conversamos e fomos simpáticos com os funcionários da cabine --o que tem funcionado 90% das vezes, afinal a empresa de pedágio não consegue controlar se foi um carro estrangeiro ou um argentino que passou. Eles apenas sabem que foi um carro. Os argentinos "gente boa", que acham um absurdo esta diferenciação, cobram preço normal e nos avisam. Muito simpático da parte deles.

Flávio Prado/Folha Imagem
Vista do bairro Belgrano, em Buenos Aires, com prédios antigos e ruas arborizadas
Vista do bairro Belgrano, em Buenos Aires, com prédios antigos e ruas arborizadas
Neste último pedágio, pedimos informação sobre o bairro Belgrano. O funcionário foi o mais "figura" que vimos até agora. Engraçadíssimo. Ele colocava metade do corpo para fora da cabine enquanto gesticulava e falava alto, dando as indicações do caminho. Se não fosse ele, demoraríamos horas para chegar.

Belgrano parece ser um bairro lindo, demos uma volta no finalzinho da tarde e posso garantir que amamos muito o clima do bairro. É residencial, mas tem comércio na dose certa. À primeira vista, lembrou muito o bairro de Higienópolis, em São Paulo. Prédios antigos com apartamentos imensos, ruas arborizadas, gente caminhando com seus cachorros, crianças de mãos dadas com as mães, cafés e lojas simpáticas.

Hoje, jantamos empanadas argentinas. Maravilhosas. Pedimos uma entrega de empanadas e a diversão começou quando o "delivery" chegou: o restaurante faz diversos tipos e, para saber quais os sabores, elas têm desenhos e marcações muito sutis. É como ler um mapa do tesouro, como nos descreveu Maria Fernanda, nossa linda anfitriã. Fiquei muito surpresa com os refinados sabores e misturas. Imaginem uma empanada de figo, queijo e noz. Inexplicável! Servida com um bom vinho tinto Merlot... Não há quem resista. Fechamos a noite "com chave de ouro".

Em sua aventura, o casal tem o apoio da Lenovo; da TIM Roaming Internacional; e da Virtual Track.

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