"Sex and The City 2" tenta dar ares novos a uma fórmula desgastada

"New York, I Love You, but You're Bringing Me Down" ("Nova York, eu te amo, mas você está me deprimindo"). Parece que James Murphy, vocalista do LCD Soundsystem, compôs essa faixa para as quatro amigas de "Sex and the City 2", filme que estreia nesta sexta no Brasil.

Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte estão bem na cidade que é praticamente a quinta integrante do seriado de sucesso --que foi ao ar entre 1998 e 2004-- e do primeiro filme (2008).

No filme, elas estão bem resolvidas sexual e amorosamente, com (muito) dinheiro e felizes. Felizes? Bem, para selar a amizade cada vez mais distante (maridos, filhos etc.), as quatro fogem para o Oriente Médio, onde o glamour não é menor, mas ganha temperos especiais.

É esse o grande problema do filme: tentar dar ares novos a uma fórmula que já estava desgastada.

	Divulgação
	Cena de "Sex and the City 2"

Colocar as quatro "princesas" para passear de camelo e, ao mesmo tempo, tentar questionar a repressão sexual de uma outra cultura pode até parecer engraçado, mas cai fácil no pastelão e na crítica rasa --tudo o que o seriado nunca foi.

O reencontro de Carrie (Sarah Jessica Parker) com Aidan (John Corbett), pondo em xeque seu casamento com o eterno (e sempre charmoso) Mr. Big (Chris Noth), é a parte mais interessante do filme.

As dúvidas em relação à maternidade, compartilhadas em meio a muitos drinques por Charlotte (Kristin Davis) e Miranda (Cynthia Nixon), também valem o ingresso.

A entrada de Samantha na menopausa rende algumas risadas, mas seu apetite sexual voraz não choca mais tanto.

Os vestidos estão cada vez mais lindos, e as participações, cada vez mais especiais (Liza Minelli, Penélope Cruz e Miley Cyrus).

As atrizes embolsaram cachês entre US$ 10 milhões e US$ 20 milhões. A audiência, sem dúvidas, será enorme. Mas em que ponto o charme das quatro garotas (ou senhoras) de Nova York foi embora? Alguém viu?