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14/02/2011 - 10h23

Na volta às aulas, teens relutam em largar a internet e ir para a cama

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IURI DE CASTRO TÔRRES
DE SÃO PAULO

Com poucas variações, a história é a mesma. "Pareço um zumbi", "É difícil voltar à rotina", "Dormia às 5h e acordava às 13h" etc.

É, voltar ao ritmo escolar, com intermináveis aulas que começam antes das 8h, enquanto o dia brilha lá fora e sua cama chama, não é mole.

Mas quem são os inimigos da rotina saudável de sono dos teens? A resposta é fácil: a internet, o celular e, é claro, a internet no celular.

"Essa geração está cada vez mais conectada", diz Silvana Leporace, coordenadora de orientação educacional do colégio Dante Alighieri. "Dormem com o celular ao lado e ficam trocando mensagens com os amigos."

Para Cristiano Nabuco, coordenador do programa de dependentes de internet do Instituto de Psiquiatria da USP, "os adolescentes espirram do controle dos pais." "Eles não dormem, a internet é um apelo muito forte."

Segundo Silvana, isso atrapalha o aprendizado, pois a fixação do conteúdo ocorre durante o sono.

Matheus Monteiro, 17, de Santos (SP), por exemplo, é um madrugador confesso. "Nas férias, ia até as 6h fácil, fácil", conta. Como é professor de informática, o garoto passa horas fuçando novas ferramentas on-line.

Como agora tem de pular da cama às 6h30 da madrugada, demora a acordar "de verdade". É a mesma situação de Guilherme Bighetti, 16, de São Paulo, que "zumbiza" durante as primeiras aulas do dia. "Tenho que jogar água gelada na cara."

Paula Giolito/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 09-02-2011, 10:00: Brenda Amanda, 16, tem o habito de passar a noite na Internet. (Foto: Paula Giolito/Folhapress, FOLHATEEN)
Brenda Amanda, 16, não vê o tempo passar no computador

A técnica para disfarçar as olheiras é a maquiagem, e a estratégia para espantar os bocejos é música alta no caminho para a escola. Ainda assim, eles dificilmente escapam de um cochilo em aula.

Também é comum tentar compensar, aos sábados e domingos, as horas de sono perdidas. É quando os teens "hibernam". Stefanie Egedy, 15, dorme até depois do almoço. "Vale a pena", atesta.

"Sento em frente ao computador e esqueço da vida, nem vejo o tempo passar", diz Brenda Amanda, 16.

A impressão do tempo "voar" faz sentido do ponto de vista científico. Segundo Nabuco, o córtex pré-frontal, parte do cérebro que controla os impulsos e é sede da razão e do conhecimento, ainda não é totalmente desenvolvido nos adolescentes.

Por isso, de acordo com o médico, é mais difícil saber a hora de desconectar e ir contar carneirinhos para dormir no mundo real.

 
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