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14/03/2011 - 15h19

Conflitos no mundo árabe separam amigas brasileira e líbia

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MARIA PAULA AUTRAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Atualizado em 15/03/2011 às 13h09.

A brasileira Marina Roche, 16, e a líbia Nourhan Zada, 15, se encontravam diariamente na escola europeia de Benghazi, na Líbia.

Com a eclosão dos protestos do povo líbio contra o ditador Muammar Gaddafi, há um mês, as melhores amigas Nina e Noni agora só se falam por telefone, já que a internet foi cortada naquele país.

Explosões na Líbia

Filha do funcionário de uma construtora, Marina morou quase dois anos na Líbia e, há duas semanas, voltou às pressas ao Brasil.

Após o início das manifestação, Marina e sua família se mudaram para uma casa com outras 50 pessoas, entre brasileiros e portugueses.

"Quando meu pai viu a milícia armada na frente de casa, disse para sairmos de lá", conta. "Os cinco primeiros dias de protestos foram os piores. Ouvíamos os barulhos de tiros. Hoje, me assusto com fogos de artifício."

Apesar de querer fugir dos conflitos, Marina não queria deixar os amigos para trás. "No início, eu detestava a Líbia. Mas depois fiz amigos e me apaixonei pela escola."

A brasileira tinha um grupos de amigos menos ligado à religião, em que meninos e meninas andavam juntos, e outro mais rígido, do qual Noni fazia parte.

Mas, para ela, as diferenças não eram um problema.

Quando contou para a amiga líbia que havia "ficado" com um garoto, ouviu que aquilo era "contra a religião". Um pouco de conversa e as duas se entenderam.

Marina lamenta o modo como deixou o país. "Não me despedi de ninguém."

Do outro lado do mundo, Noni se sentiu impotente quando soube da partida da amiga. "Foi um choque. Soube pelo Facebook."

Para a líbia, o país será melhor depois da revolução. "As pessoas terão a cabeça mais aberta", avalia.

Noni conta que as redes sociais tiveram papel fundamental nos levantes, antes de a internet ser cortada pelo ditador. Ela mesma conseguiu postar fotos dos protestos no Orkut.

Para ela, que já nasceu sob o regime de Gaddafi, os jovens líbios demonstram que podem fazer algo pelo país.

Maria Paula Autran/Folhapress
Marina, 16, que foi separada da amiga líbia
Marina, 16, que foi separada da amiga líbia
Khaled Elfiqi/Efe
manifestantes com desenho de Gaddafi
Manifestantes com desenho de Gaddafi
 
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