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25/04/2011 - 15h22

Partido da pirataria ganha força na Europa e cresce no Brasil

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ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
IZABELA MOI
DE SÃO PAULO

A sueca Amelia Andersdotter, 23, é uma pirata. Seu mapa do tesouro é baixar arquivos na internet e defender politicamente a prática. Um saque, dizem artistas contrários aos downloads ilegais.

Em junho, Amelia deve se transformar na deputada caçula do Parlamento Europeu, pelo Partido Pirata sueco. Com 235 mil votos, ganhou uma das duas vagas suplementares da Suécia.

A legenda propõe atirar ao mar o atual modelo de direitos autorais. Também apoia a privacidade na rede -não quer governo nem empresas a fuçar dados de usuários.

Um de seus objetivos é derrubar iniciativas como a lei francesa Hadopi, que permite desconectar, multar e até prender quem baixar arquivos ilegalmente na rede.

"Todos nós queremos exercer um tipo de participação política", diz Amelia.

Criado há cinco anos, o Partido Pirata está em 26 países. Por aqui, a bússola corsária orientou o caminho de Jhessica Reia, 22.

Ela é membro do Partido Pirata BR, de 2007. A ideia é virar uma sigla para valer.

Para financiar o grupo, Jhessica vende camisetas. O próximo passo é criar um site para pedir doações à causa.

"Tem campanha do governo que liga pirataria ao crime organizado", reclama. O site do grupo oferece outra visão: "Crianças gostam de piratas, adultos os comparam a sanguinários. Mas pirata é livre".

DEBATE

Segundo o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Henrique Neves, se quiser virar partido de verdade, a sigla dos piratas precisa de nova regulação dos direitos autorais. Não vale burlar a lei e baixar arquivos ilegalmente.

Para o Ecad, órgão que cobra pelas execuções públicas das músicas, o artista perderá se a nau corsária vingar.

Em 2010, 87 mil músicos dividiram R$ 346 milhões, diz o gerente-executivo do Ecad Mario Sérgio Campos. "A liberação total prejudicaria mais de 300 mil artistas."

Produtor de "Tropa de Elite" 1 e 2, Marcos Prado acredita que, se a pirataria fosse legalizada, "provavelmente o cinema fecharia" com a evasão de investidores.

Independente, o músico China abre sua obra na web. Mesmo assim, ele questiona: "Se você é cantor, beleza, ganha dinheiro com show. E quem é só compositor? O padeiro libera pão de graça, e a padaria dele fecha, não?"

Editoria de Arte / Folhapress
Piratas
 
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