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Com 29 anos de estrada, Capital Inicial ainda fala língua dos jovens
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CARLOS MESSIAS
DE SÃO PAULO
Sábado retrasado, o Capital Inicial dividiu o palco do Rock in Rio com bandas como Red Hot Chili Peppers, NX Zero e Snow Patrol, mas seu show foi cotado como o mais animado.
O grosso do público era formado por adolescentes e jovens adultos, que sabiam as letras de cor. "Desde o começo [em 1982], nos comunicamos mais com os jovens de cada época", reconhece o vocalista, Dinho Ouro Preto, 47.
"Costumo dizer que nós somos adolescentes há mais tempo do que eles", brinca.
Para o músico, o elixir da juventude consiste em rock direto e letras simples. "Como o AC/DC e o Ramones sempre fizeram", compara.
Como Dinho define, essas letras abordam "questões do cotidiano". Tópicos como individualidade e vida em sociedade, sempre tão recorrentes na formação de um adolescente. É como se Dinho entrasse na cabeça deles.
Danilo Verpa/Folhapress | ||
Dinho Ouro Preto comanda apresentação da banda Capital Inicial no Rock in Rio |
"Toda vez que escuto 'Ressurreição', sinto como se ele estivesse falando diretamente comigo", diz a brasiliense Fernanda Karoline de Lima, 16. Ela afirma que as letras do Capital chegam a influenciar seu posicionamento filosófico e político.
Além de ouvir os discos, a estudante tem relacionamento intenso com a banda por meio da internet. Graças a concursos da comunidade oficial no Orkut, ela conseguiu conhecer os ídolos no camarim de um show.
Assim como a gaúcha Fernanda Ferreira, 16, que já chegou a esperar pela banda por 14 horas no aeroporto de Porto Alegre. "Hoje me comunico com o baixista [Flávio Lemos] pelo Twitter com frequência", atesta.
A presença forte do Capital Inicial na internet ajuda muito na comunicação com os jovens. A comunidade do Orkut tem mais de 275 mil usuários; o grupo no Facebook, 260 mil.
Segundo a agência Veda, que gerencia as redes sociais da banda e produz conteúdo exclusivo para o seu site, 46% dos usuários de Facebook que curtiram a banda têm entre 18 e 24 anos; 17% têm idade inferior a 18.
SÍNDROME DE PETER PAN
As letras do Capital refletem os dilemas da juventude
"A VIDA É MINHA" (2007)
Querem que eu cale e obedeça
E depois de tudo ainda agradeça
Ser só alguém dizendo sim
Não vou mudar, não importa
o que aconteça
"QUATRO VEZES VOCÊ" (2002)
Carolina pinta as unhas
roídas de vermelho
Em vez de estudar
Fica fazendo poses
nua no espelho
"NATASHA" (2000)
O mundo vai acabar
E ela só quer dançar
O mundo vai acabar
E ela só quer dançar,
dançar, dançar
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