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Cinema

'Marina'é projeto de marketing para a tela

Recheado de clichês, filme traz de volta canção de sucesso esquecida e tem tudo para ser atraente para o público

INÁCIO ARAUJO CRÍTICO DA FOLHA

Antes de ser um filme, "Marina" é um projeto de marketing.

Primeiro: trata-se de trazer de volta ao mundo dos vivos uma velha canção italiana de grande sucesso _por nome "Marina", justamente. Canção de que ninguém mais se lembrava, fora do círculo familiar de seu compositor, Rocco Granata. Uma melodia de fácil assimilação, perfeitamente passível de voltar à circulação.

Segundo: num momento em que na Europa os nacionalismos se reavivam e a perseguição aos imigrantes se acentua, este é um filme sobre imigração. Os Granata são uma família do sul da Itália que, no pós-guerra, vão para a Bélgica, onde o pai terá emprego numa mina de carvão. Já em criança, Rocco sofrerá com a discriminação. Ela vem de várias partes, em especial do dono da mercearia, o pai de Helena, que já na infância deixa Rocco boquiaberto.

Terceiro: não obstante tratar da vida de uma família de mineiros --e de mineiros expatriados-- o longa-metragem trata tudo como uma espécie de sonho. A cenografia não concebeu casas de mineiros, por exemplo, mas casas de bonecas habitadas por famílias de mineiros.

Quarto: há um conflito entre pai e filho --não poderia faltar. O pai não entende que o filho se dedique à música etc. e tal. Claro, o esforço do filho será coroado pelo sucesso de "Marina", a canção. Desde que o cinema é sonoro, o risco de fazer música e o sucesso subsequente são temas de musicais. Mas, assim como da canção, pouca gente há de se lembrar.

Todos esses elementos juntos, deduz-se, não levam a um bom filme. Sugerem um desdobrar de clichês de todos os tipos --sociais, sentimentais, musicais, sem falar dos que misturam todos eles. Apesar deles, porém, ou por causa deles, pode-se prever o sucesso do filme. Ele é confortável demais para não ser atraente. E o projeto (de marketing) é levado com cálculo e competência do ponto de vista cinematográfico. É triste dizer: não é de todo mau.

MARINA
(Marina)
DIREÇÃO Stijn Coninx
PRODUÇÃO Bélgica/Itália, 2013
ONDE Cine Livraria Cultura, Espaço Itaú de Cinema (Augusta e Frei Caneca) e Reserva Cultural
CLASSIFICAÇÃO 14 anos


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