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Aos 80, Karabtchevsky rege concerto abrindo temporada

Jovens do Instituto Baccarelli interpretam 'Sinfonia nº 3', de Gustav Mahler

Orquestra de Heliópolis se apresenta amanhã na Sala São Paulo, no próximo dia 10, no Rio, e em seis outras cidades

SIDNEY MOLINA CRÍTICO DA FOLHA

Com um concerto amanhã às 17h na Sala São Paulo, a Sinfônica Heliópolis abre oficialmente a sua temporada 2014. Dirigidos por seu titular, Isaac Karabtchevsky, os jovens que estudam no Instituto Baccarelli enfrentarão um desafio musical extraordinário: a "Sinfonia nº 3" de Gustav Mahler (1860-1911).

A obra preenche o programa inteiro. São seis movimentos, que utilizam todos os recursos instrumentais, além de coro e voz feminina solista. Amanhã, a responsável pelo solo será a mezzo-soprano Carolina Faria, e dois grupos vocais somarão suas forças: o Coral da Cultura Inglesa e o Coral da Gente.

O primeiro movimento dura mais de trinta minutos. Por incrível que pareça, está escrito na forma de uma sonata clássica --como se fosse Haydn (1732-1809) ou Mozart (1756-91)--, embora as seções sejam amplas e contrastantes.

A escrita dos metais é particularmente complexa. Logo no início, um motivo sonoro assustador, a cargo do trompete, surge e retorna inesperadamente. Segue-se um transcendente solo de trombone, que tenta dizer, sem palavras, o indizível.

Na sequência, uma fanfarra que parece vinda de fora do palco flerta com clichês das bandas militares, até se esgotar em um vazio. O texto do quarto movimento é extraído de "Assim Falou Zaratustra", de Nietzsche (1844-1900).

A programação do ano da orquestra modelo da comunidade de Heliópolis homenageia o próprio maestro Karabtchevsky --que completa 80 anos em 2014-- através de algumas das obras marcantes que tem regido pelo mundo ao longo de sua carreira.

Em junho serão obras de Tchaikovsky (1840-93), incluindo o "Concerto nº 1" para piano; em julho (sob a regência de Edilson Venturelli), Grieg (1843-97) e Beethoven (1770-1827); em setembro (novamente com Karabtchevsky), Richard Strauss (1864-1949); em novembro, Villa-Lobos (1887-1959); e, no encerramento do ano, em dezembro, novamente Mahler, a "Sinfonia nº 2".

Além da temporada na Sala São Paulo, a Sinfônica Heliópolis terá apresentações no Rio de Janeiro (dia 10 de maio) e, no último trimestre do ano, em outras seis cidades diferentes.

Muitos projetos sociais bem sucedidos envolvendo música clássica são hoje realidade em diferentes partes do Brasil. Apenas alguns, entretanto, têm a consistência artística do Baccarelli.

Abraçado pelos irmãos Edilson e Edmilson Venturelli como missão de vida, não há nenhum grande método revolucionário para justificar a evolução do trabalho: basta salas adequadas, professores capacitados, ensaios constantes, acompanhamento de cada detalhe e a direção musical segura do mais importante regente brasileiro em atividade.


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