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Crítica - Drama

Beleza de 'Trampolim do Forte' é comprometida pelo roteiro

Produção cria painel social interessante, mas cai em esquematismo barato

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Primeiro longa de João Rodrigo Mattos, "Trampolim do Forte" tem protagonistas que transitam no mesmo universo dos "Capitães da Areia", de Jorge Amado, atualizado para a Salvador contemporânea. Os meninos Déo (Lúcio Lima) e Felizardo (Adailson dos Santos) se alternam entre suas casas e a rua.

Déo sai de casa depois que sua mãe, Generosa (Cláudia Di Moura), briga com o marido alcoólatra e violento e desaparece. Já Felizardo está em permanente conflito com a mãe, Dona do Céu (Marcélia Cartaxo), que recolhe o dinheiro da venda de picolés para pagar dízimo à igreja.

Déo e Felizardo fazem parte de uma turma que se encontra em um trampolim na praia do Porto da Barra. Os saltos, filmados com beleza, são os momentos em que o filme respira poesia.

Vários personagens e tramas se somam ao núcleo principal. Se, em momentos, Mattos consegue imprimir um colorido interessante ao painel social, em outros, cai num esquematismo barato, principalmente quando toca em religião e exploração da prostituição infantil.

Os momentos mais bem resolvidos são aqueles em que o filme se desfaz da obrigação de "transmitir uma mensagem". Alcança, assim, alguns instantes de beleza verdadeira, que se impõem mesmo diante da interpretação às vezes titubeante dos atores mirins.

Os momentos menos bem resolvidos são aqueles em que João Rodrigo Mattos se esquiva de enfrentar os problemas que o próprio roteiro, de sua autoria, criou.

Isso ocorre principalmente com o mistério em torno de Tadeu, "o rei das criancinhas", um estuprador assassino, narrado de forma frouxa e com um desfecho totalmente anticlimático, que chega a comprometer o conjunto do filme.


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