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Diretor que refuta estigma de maldito ganha retrospectiva

Elyseu Visconti Cavalleiro tem seus longas de ficção e curtas que retratam festas populares exibidos em SP

Carioca anuncia filme carnavalesco sobre história do país desde a deposição do presidente João Goulart, em 1964

TRAJANO PONTES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Uma ova! Nosso cinema não era maldito. Hoje é bendito, todos estão querendo ver! Fomos discriminados pela ditadura, pela imprensa e pelo Cinema Novo, que nada mais é que uma cópia malfeita do neorrealismo italiano."

Elyseu Visconti Cavalleiro, 73, que ganha retrospectiva de sua filmografia, não guarda farpas quando se lembra da época em que dirigiu seus dois longas de ficção.

No início da década de 1970, os alegóricos "Os Monstros de Babaloo", que o diretor dedica a Oswald de Andrade -"meu professor de literatura"-, e "Lobisomem: O Terror da Meia-Noite" enfrentaram censura política e cultural, diz o diretor.

Ambos estão na mostra "Elyseu Visconti Cavalleiro - A Cor do Olhar", aberta ontem no CineSesc. O evento, resultado da pesquisa de Anna Lucia Marcondes e com curadoria de Paulo Klein, homenageia o diretor, roteirista, artista plástico e pesquisador da cultura brasileira.

Serão exibidos filmes, fotos, fotogramas, documentos e textos que remontam à estética da imprensa alternativa dos anos 1970 e 1980.

Além dos longas de ficção, também serão projetados, de 4 a 7 de fevereiro, curtas e médias documentais que retratam manifestações culturais populares.

"Gilberto Freyre e Câmara Cascudo ajudaram-me a realizar documentários de etimologia e antropologia", diz Cavalleiro, mencionando os mentores com quem teve contato quando decidiu embrenhar-se pelo interior do país.

Dessa fase, ele destaca "Folia do Divino", "Feira de Campina Grande", "Ticumbi" e "Boi Calemba".

Hoje, a partir das 19h30, ele participa de debate com Júlio Bressane e outros convidados. Tal como o companheiro de mesa, Cavalleiro costuma ser associado ao Cinema Marginal, mas ele refuta a relação. "São termos depreciativos inventados pelo grupo do Cinema Novo. O horror, o horror!"

O carioca prefere o termo cinema de invenção, método que espera aplicar ao roteiro em que trabalha atualmente.

"'Glória, Pátria, Cruzeiro do Sul' repassa a história do país a partir do golpe de 1964. Mistura documentário e ficção, com um lado mais caricatural. Um filme carnavalesco", diz, entre críticas a todos os mandatários do país.


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