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Ícone da vanguarda, diretor Jonas Mekas é tema de festival

Retrospectiva no CCBB e no Cinusp, a mais completa já dedicada ao cineasta no Brasil, reúne mais de 30 filmes

De origem lituana, ele influenciou o cinema contemporâneo com diários filmados que investigam a memória

CÁSSIO STARLING CARLOS CRÍTICO DA FOLHA

"Eu vivo, logo faço filmes. Filmo, logo vivo. Luz. Movimento. Faço filmes caseiros, logo vivo. Vivo, logo faço filmes caseiros."

A projeção desta sequência de falas sobre um conjunto lacunar de imagens de uma cerimônia de casamento dá uma ideia do projeto de cinema de Jonas Mekas, um nome que mesmo o espectador de filmes não comerciais só conhece de ouvir falar.

De hoje a 19/2, o CCBB e o Cinusp exibem mais de 30 títulos de Mekas, na mais completa retrospectiva dedicada ao cineasta de origem lituana, figura central da vanguarda que sonhou um outro cinema na Nova York dos anos 1960.

Aos 90 e ainda ativo, ele é mais que uma instituição com lugar garantido em museus.

POÉTICA DA MEMÓRIA

Em vez de representante de uma vanguarda cujo sentido tenha ficado restrito ao passado, Mekas é o portador de uma visão do cinema como projeção da existência e de uma poética da memória.

Essas escolhas do diretor foram determinantes para uma parcela do cinema contemporâneo movida pela necessidade de invenção.

Trabalhos como "Walden", "Lost, Lost, Lost" e "Reminiscências de uma Viagem para a Lituânia" revelam a criação de uma estética do fragmento na qual o que se vê busca coincidir com o que se vive.

Os registros pessoais descartam uma organização narrativa óbvia e se acumulam na forma de sentimentos, de experiências da memória que voltam à tona, e projetam uma desordem dos afetos mais reveladora que os esforços mais lineares.

Outra variante, não menos intensa, dessa estética experimental (no sentido de experiência pessoal) pode ser conferida na série de registros que Mekas dedica a amigos mortos, como Andy Warhol, John Lennon e companheiros de aventuras underground.

Além da fortuna de Mekas, a mostra exibe em película uma seleção do cinema experimental americano, com títulos como "Pull My Daisy", um clássico da cultura beat, e "Wavelength", uma viagem sensorial dentro de uma sala.


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