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Peça permite manipular personagens por celular

Espectador manda estímulo apertando seis botões em um controle virtual

Ações dos intérpretes em cena variam de acordo com ponteiro que mostra nível de desânimo e de alegria

GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

Como qualquer jogo, este também pode resultar em boas e más partidas. Chama-se "Incubadora - Versão Final", e foi lançado para o palco, não para monitores de LCD.

Quem quiser jogá-lo, deve dirigir-se à Caçamba Cultural, que funciona em um pequeno galpão na Aclimação.

As regras são as seguintes: três atores estão em cena, à frente de um cenário que recria a atmosfera de games. Eles interpretam textos que discorrem sobre estados de espírito diversos, sobre liberdade, felicidade, falta de perspectiva. O texto muda conforme a plateia manda estímulos via celular.

A incubadora (uma sala, espécie de prisão virtual) simula o funcionamento de uma sociedade apoiada em um tripé: os três personagens em cena representam a ciência, a arte e a religião.

Há seis botões que permitem a interação: "brigar", "desculpar", "confraternizar", "humilhar", "castigar" e "relaxar". Os estímulos enviados pela plateia vão determinando o nível de felicidade dos personagens, mostrado por um ponteiro na boca de cena. A variação determina diálogos e, com mais nitidez, ações. As respostas aos estímulos são visíveis, embora um tanto pueris.

O trabalho tateia algum debate sobre redes sociais, mas o conflito da dramaturgia permanece na ingenuidade dos "cartoons". Sob comando do botão "castigar", por exemplo, um personagem bate em outro com uma palmatória, mais ou menos como o gato Tom faria com o rato Jerry.

Parece haver no espetáculo um início de pesquisa, mais do que um resultado. E o esforço dos atores para fazer com que o jogo dê certo, por ora, acaba revelando certo enfado com o mundo da tecnologia, não o contrário.

O trabalho é dirigido por Ivan Andrade, formado no departamento de Artes Cênicas da Universidade de São Paulo, onde desenvolve a pesquisa de mestrado "Teatro vs. Game: Narrativa e Jogo em Incubadora", com orientação de Antonio Araújo.


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