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Crítica / Comédia

Atuação formidável valoriza filme sobre sucesso e fracasso

CÁSSIO STARLING CARLOS CRÍTICO DA FOLHA

Qual a largura da linha que separa o sucesso da sensação iminente de fracasso? "Super Nada", como já indica o título, é um filme feito para quem sente frio na barriga só de pensar que sai de casa cedo sem saber se "vai dar tudo certo" ou se voltará tarde sentindo que "deu tudo errado".

Neste longa, o diretor e roteirista Rubens Rewald e a codiretora Rossana Foglia libertam-se do peso conceitual que impunha a "Corpo", seu filme de estreia, mais valor intelectual que prazer emocional.

"Super Nada" conta a jornada do anti-herói Guto, ator que sobrevive de trabalhos pequenos, como intérprete de pegadinhas ou malabarista de sinal, e que, em meio aos sonhos, vive a rotina frustrante de testes e participações que nunca dão em grande coisa.

Sua fantasia aproxima-se da realidade quando é chamado para uma ponta no "Super Nada", programa protagonizado por seu ídolo, Zeca, um comediante decadente.

Como no pouco visto "Riscado", de Gustavo Pizzi, a situação promissora para um ator serve para expor uma fragilidade profissional que pode ser fatal para o artista, mas que também é universal.

Zeca (Jair Rodrigues, com seu divertido jeitão "eu não estou fazendo nada, você também") lembra a Guto que "não tá fácil pra ninguém!".

Fora da TV, Zeca também acaba tombando do espaço seguro da ficção, como o Calvero em "Luzes da Ribalta", de Chaplin, e assim mostra que virar nada está mais ao alcance de todos.

Mas o filme não esgota suas possibilidades na moral da história. Sua camada mais sugestiva aparece no desempenho formidável de Marat Descartes, face ainda pouco conhecida de um cinema brasileiro ainda menos visto.

Em cenas ao lado de Denise Weinberg e Clarissa Kiste, Marat, premiado pela atuação no Festival de Gramado, produz aquela mágica visível quando não conseguimos identificar onde começa o ator e termina o personagem.


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