São Paulo, terça, 25 de Maio de 1999 | ||
27 - André Lara: "Se a gente usar a bomba atômica presidencial..." Luiz Carlos Mendonça de Barros telefona para André Lara Resende na presidência do BNDES. O ministro já está em Brasília. André, no Rio. É o fim do dia 28 de julho, véspera do leilão de privatização. Falam novamente da "bomba atômica presidencial", que se for usada será um "ônus complicado". Combinam enganar a Previ a noite inteira quanto ao preço de proposta de compra da Telemar. Luiz Carlos Mendonça de Barros - Alô? André Lara Resende - Alô. Mendonça - Oi? André - Estive aqui com o Pérsio aqui. Ele acha exatamente isso. Mendonça - Então tem um jeito só de eles combinarem um, um ágio lá com o Banco do Brasil... André - (risos) Isso nós falamos. Mendonça - É? André - É. Aí, é o seguinte. Mas ele disse: "E se eles limitarem?". Eu disse não, o negócio é o seguinte: vocês primeiro "donwplaya" a noite inteira, para combinar lá embaixo. E, depois, o seguinte: desrespeita a autorização, abuso de poder (risos), se for o caso, e depois nós bancamos. Mendonça - Não, é lógico, pô. André - Tá? Mendonça - Lógico. André - Então, ele disse, não, tudo bem, porque nós temos certeza. Já aconteceu um caso igualzinho. Ele veio aqui para falar isso. Mendonça - Então, combina. Discute primeiro um número mais embaixo. E, na última hora... André - Exatamente. Na última hora, sobe. Mendonça - É isso aí. André - E eu falei para ele: concentra nisso. Esquece lá o outro, tá? E, agora, porque eu acho o seguinte: se a gente usar a bomba atômica presidencial, a gente vai ter um ônus complicado. Mendonça - Eu sei, eu sei. Por isso que eu estou dizendo... Agora, de qualquer maneira, vamos pensar amanhã cedo, se precisar... André - ...Se precisar a gente vai... Mendonça - Para esperto, esperto e meio. André - Exatamente. Mas, vamos ficar com isso guardado, e... Mendonça - E depois, é preferível que depois eu ligue para o Previ e fale: "Olha, meu filho, infelizmente, nós fizemos isso porque tinha esse risco aqui..." André - Exatamente. Mendonça - Começa a falar num número mais baixo. André - Falei com ele para falar o tempo todo em um número bem baixo, conservador, seguro e tal. E eles estão, como eles estão com uma fiança grande a alta... eles podem até ir alto. Mendonça - Sei. André - Tá? Então, tá andando. Mendonça - Tá bom. E a Sprint? André - A Sprint é o seguinte: nós estamos agora fazendo corpo mole, perfeito? Mendonça - Sei, sei... André - ...E o que interessa é que achem, todo mundo, e não se saiba que eles não vão "bidar". Se no final não "bidarem", não incomoda. Até o final tá como se fosse: vai rolar. Mendonça - Tá bom. André - Tá bom? Mendonça - Tá bom. André - Então, tá. Mendonça - Tchau. André - Um abraço.
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