São Paulo, terça, 25 de Maio de 1999 | ||
41 - "Isto é uma saga interminável, rapaz...", diz André Lara Mendonça de Barros liga para André Lara, que classifica de "saga interminável" as negociações para recompor a diretoria da Tele Norte Leste, conquistada pela Telamar, da forma como deseja o governo. Mendonça está em Brasília, rumo ao Palácio da Alvorada. Diz que telefonaria para Carlos Jereissati. Mas André fala que o problema "não é o Carlos, não". O acordo não estava saindo por resistências do Banco do Brasil. Luiz Carlos Mendonça de Barros - Oi. André Lara Resende - Luiz Carlos, eu vou te dizer, isto é uma saga interminável, rapaz... Mendonça - Por quê? O que é agora? André - Chegou aqui o Denucci, da seguradora. É até um sujeito assim.. foi... É ex-Banco Cntral. Tem um ar de cara civilizado. Ele e um outro representante da seguradora privada, tal. Agora, aí é o seguinte: eles estão achando que é 10%. Eu disse não, é 7,3%. Já estava acordado. Mendonça - Certo. André - (...) BNDES entra com 25% e então dilui todo mundo proporcionalmente. Aí ele disse: "Oh, eu tenho que consultar". Aí o povo sai pra consultar. Ele disse agora... ele está sentado na Fator com o Miguel Ethel que é quem determina sim ou não. Eu falei assim, olha vem cá, eu não consigo entender. Vocês nunca apareceram aqui. E eles: "Não, nós porque nós somos uma seguradora privada". Eu disse: vem cá, o Banco do Brasil é que sempre falou por vocês aqui. Nunca você falaram ao telefone conosco. Vocês nunca apareceram. Bom, coisa assim de .. Tá tudo equacionado, fora isso. Mendonça: Sei. André - Ele saiu da sala. Eu gostaria... quem são os sócios. Agora, sentam lá a Fator, o Miguel Ethel e o Brafman, que determinam isso. Mendonça - Liga lá e fala o seguinte... André - Não, aí o Carlinhos Jereissati Mendonça - Fala o seguinte: "Não vou mais falar com intermediários. Já que vocês é que estão determinando a posição"... André - É impressionante. O Carlinhos disse que , "ãh, eu ouvi falar"... Eu falei, Carlinhos, quem fala pelo governo aqui sou eu. Perfeito? Aí ele ficou meio assim. Disse, a gente obedece. Eu disse: não, é isso. Olha, se vocês querem ou 10%, me disseram: 10% é uma participação relevante. Então se vocês não querem, vocês assinam hoje, o acordo é esse, se vocês não quiserem os outros se comprometem a absorver os 7,3% de vocês e vocês saem e ficam com 0,1%. Perfeito? Tudo bem, é isto a posição. Olha, falei com o Eduardo Modiano agora, porque eles tinham que vir assinar pela Fiago. Ele está com uma voz soturna e disse: "Não, eu pensei em falar com vocês, depois eu falo". Olha, é um negócio impressionante. Mendonça - O Carlos Jereissati tá aí, ou não? André - Tá. Mendonça - Deixa eu falar com ele. André - Eu estou na minha sala e eles estão todos reunidos lá em cima. Mendonça - Você não quer ir lá, pra gente falar? André - Vamos. Agora, não é o Carlos, não, viu? O negócio do Carlos é nas fundações. Mendonça - Sei. André - Agora está muito claro pra mim já como é que é. Mendonça - É o Banco do Brasil é que está com eles. André - Então é o seguinte: o Carlos Jereissati é só com as fundações. Ele não tem nenhuma... Mendonça - Tudo bem. Então, não adianta falar. André - Não é com ele. Mendonça - Então nós temos de falar com quem? André - É no Banco do Brasil, perfeito. Agora, no Brasil é o Ximenes (Paulo César Ximenes, presidente do BB) e o Ricardo Sérgio. Agora, onde é que entra o Brafman e o Miguel Ethel... Mendonça - Agora, pode deixar comigo. André - Tá bom? Mendonça - Tá bom. Pode deixar comigo. André - Então lá, qualquer coisa você fala. Mendonça - Eu estou indo lá pra o Palácio da Alvorada. Eu vou ligar pra eles do carro e você fala comigo lá. André -Tá bom.Tchau.
|
|