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Carreiras e Empregos

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Ouro de tolo

Estudo mostra os efeitos colaterais de premiar funcionários

Professor de Harvard diz que empresas não devem premiar funcionários em dinheiro

DO EDITOR-ADJUNTO DE "CARREIRAS E NEGÓCIOS"

A "gamificação", ou seja, o ato de transformar hábitos pessoais em uma espécie de jogo, está na moda. Esse tipo de método ajuda a engajar consumidores em torno de um produto.

Mas, no caso de políticas corporativas, disputas como essas podem ter efeitos colaterais. A conclusão é de um estudo feito por Ian Larkin, professor da Escola de Negócios de Harvard.

A pesquisa analisou um programa aplicado por uma empresa, não revelada, de lavagem industrial de roupas dos Estados Unidos.

A companhia criou um sistema em que os funcionários que não faltavam sem justificativa ou chegavam na hora ao trabalho durante um mês ganhavam um vale-compras de US$ 75 (R$ 150).

O resultado foi desanimador: as pessoas passaram a usar o programa estrategicamente, faltando por "motivos de saúde" quando estavam atrasadas, para não perder o prêmio. E as que já eram pontuais sofreram uma queda de 6% a 8% na produtividade.

A explicação de Larkin é que esses profissionais se desmotivaram por ver colegas sendo premiados por algo que eles já faziam.

O professor vê problemas em promover competições que envolvam dinheiro. Veja trechos da entrevista.

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Folha - É errado premiar funcionários em dinheiro?

Ian Larkin - Em geral, é melhor não usar. O valor do ganho tem de ser o reconhecimento perante as outras pessoas, premiar o profissional pelo bom trabalho já realizado e fazer com que os colegas dele saibam isso.

Cite um exemplo de um bom programa de incentivo que não seja monetário.

Há uma companhia de software de Boston que mede o desempenho dos garçons de restaurantes, se eles fazem os clientes gastarem mais. Os melhores atendentes ganham o direito de escolher a escala de trabalho.

No caso do estudo, o problema não era a meta ser simples?

Os prêmios devem ser para resultados excepcionais, e não para algo que qualquer funcionário médio faria. Mas há gestores que consideram que a "gamificação" pode ser usada para tudo, mesmo para consertar comportamentos errados dos profissionais, como chegar atrasado, ou para premiar atitudes que já são esperadas.


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