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Dinheiro suado

Em meio a críticas sobre burocracia e problemas com aceleradoras de negócios, programa estatal Start-up Brasil começa segunda seleção

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

O Start-up Brasil, programa do governo federal para acelerar o crescimento de empresas iniciantes de tecnologia, deve lançar até o fim deste mês seu segundo edital de seleção. Vai haver mudanças nas regras. Na primeira edição, em 2013, foram escolhidas 118 companhias, mas 26% delas desistiram.

A burocracia é a principal reclamação dos participantes do projeto, que prevê investimento estatal de até R$ 200 mil a fundo perdido em cada organização.

Para receber o dinheiro, elas precisam se associar a uma das aceleradoras privadas parceiras do governo --essas organizações são formadas por grupos de investidores interessados em apoiar uma companhia iniciante, adaptar seu serviço e seu modelo de negócios e depois lucrar com ela.

As companhias também devem passar pela seleção do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para começar a receber as bolsas.

Mayura Okura, 28, sócia-fundadora da B2Blue, uma plataforma virtual para venda de resíduos, teve sua empresa selecionada, mas acabou desistindo de seguir no programa.

O motivo, segundo ela, foram os "contratos agressivos" das aceleradoras. "Nós estávamos em um estágio mais avançado e os contratos exigiam participações altas diante do investimento que elas fariam", explica.

O Start-up Brasil prevê que esses grupos façam aportes adicionais nas empresas em troca de uma participação acionária que hoje varia de 5% a 25%.

SOCIEDADE

Uma das polêmicas do projeto é a chamada "reaceleração de empresas": companhias que haviam passado por esse tipo de processo foram selecionadas e, em alguns casos, começaram um segundo ciclo com as mesmas organizações.

Isso liberava as aceleradoras de fazer novos aportes nas empresas e gerou questionamentos sobre favorecimento.

A Brasil by Bus, que vende passagens de ônibus pela internet e foi selecionada no Start-up Brasil, está passando pelo segundo processo de aceleração na Aceleratech.

"Para nós não fazia sentido trabalhar com outra aceleradora. Eles [a Aceleratech] já são nossos sócios. Não valeria a pena dar mais uma fatia da empresa para outro investidor", explica Breno Moraes, 28, sócio-fundador da Brasil By Bus.

No novo edital, serão vetados os negócios que já são sócios das aceleradoras parceiras do governo.

"Esse foi um ponto bastante criticado, então achamos melhor colocar essa restrição para focar em empresas nascentes", afirma Felipe Matos, diretor de operação do projeto, que é gerido pelo Ministério de Ciência e Tecnologia.

O governo também decidiu aumentar o número de aceleradoras de 9 para 12. O novo edital vai exigir que elas invistam em ao menos seis empresas cada uma. Da primeira edição, três desses grupos de investidores também saíram do projeto. A Acelera Partners (gerida pela Microsoft e que previa o maior investimento nas empresas, de até R$ 1 milhão) não acelerou nenhuma start-up no primeiro ciclo.

Em nota, a organização afirma que não apostou em nenhuma companhia porque estava em fase de formação e que adotou um modelo que tem como foco start-ups mais maduras, com faturamento anual mínimo de R$ 120 mil.


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