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MEC nega manobra, mas conta bolsa regular como Ciência sem Fronteiras

Governo afirma que computa bolsista regular como integrante do programa desde meados de 2011

Reportagem revelou manobra para elevar números do programa, cuja meta é dar 101 mil bolsas até 2015

TAI NALON DE BRASÍLIA

O governo afirmou ontem que tem computado no Ciência sem Fronteiras os bolsistas regulares da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) desde o primeiro ano do programa, lançado em 2011.

Disse, contudo, que "não é verdadeira a afirmação" de que haja uma maquiagem dos dados do programa de bolsas de estudo no exterior.

A Folha revelou ontem que a manobra para aumentar os números do Ciência sem Fronteiras ocorria há pelo menos um mês e meio.

Segundo o Ministério da Educação, o governo conta como integrantes do Ciência sem Fronteiras "todos os bolsistas [regulares] que possuem o perfil e pertencem às áreas prioritárias" do programa "desde meados de 2011".

A Capes, contudo, não explicou por que fez o anúncio da migração para os bolsistas neste mês --o que entra em choque com a informação de que isso é assim desde o começo do programa.

Na sexta-feira passada, a Capes informou aos bolsistas de seus programas regulares que eles seriam oficialmente migrados para o Ciência sem Fronteiras se estivessem dentro dos critérios de seleção do programa. Segundo o órgão, "não faz sentido dar tratamentos diferentes a candidatos em situações idênticas".

A Capes também se contradiz ao dizer que "identificou" os bolsistas de programas tradicionais que estavam nas áreas prioritárias do Ciência sem Fronteiras.

A reportagem havia pedido ao órgão, em 8 de abril, o acesso aos nomes dos bolsistas de cada um dos programas de pós-graduação. A instituição negou o pedido, alegando falta de estrutura para saber quantos eram os bolsistas e se eles estavam no Ciência sem Fronteiras.

SELEÇÃO

O órgão afirmou ainda que os candidatos dos programas regulares e do Ciência sem Fronteiras foram "selecionados com o mesmo rigor", embora alguns tenham sido reprovados em um processo e aprovados em outro.

"Candidatos não aprovados numa dada chamada podem sempre melhorar suas propostas nos pontos destacados como falhos e reapresentá-las", afirmou.

Segundo a assessoria da Capes, não há problemas estruturais para o funcionamento do programa. Mas, em janeiro, o próprio presidente do órgão, Jorge Guimarães, queixara-se de que havia mais demanda com "o mesmo pessoal, sem aumentar uma pessoa, sem aumentar um DAS [cargo comissionado], sem aumentar nada".

A Capes também negou que tenha informado oficialmente a seus bolsistas que a manobra, conforme a Folha relatou, é "para dar estatística". No entanto, a reportagem mostrou que essa informação foi enviada pela Capes por e-mail como resposta a bolsistas que haviam questionado o órgão sobre seus dados, e não como comunicado oficial geral aos beneficiados.

"Ao tentar denegrir essa iniciativa, os críticos desse programa não se importam se, nesse processo, estão prejudicando milhares de estudantes brilhantes que estão tendo uma oportunidade única nunca antes a eles oferecida", diz a Capes.

A assessoria do MEC enviou carta à Folha criticando a reportagem. A pasta queixou-se de não ter sido procurada para comentar o caso antes da publicação.

Hoje, o ministro Aloizio Mercadante (Educação) concederá entrevista coletiva para falar sobre os problemas do Ciência sem Fronteiras.

Leia a carta do MEC
folha.com/no1267642


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