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Médico que operou a si mesmo é investigado

Cirurgião plástico de Jundiaí aparece em vídeo na internet operando o próprio estômago

BEATRIZ IZUMINO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) investiga, desde o fim do ano passado, o cirurgião plástico Luiz Américo de Freitas Sobrinho, de Jundiaí, que aparece em vídeo na internet fazendo em si mesmo uma abdominoplastia (cirurgia do abdome).

As imagens foram publicadas por sua filha num site de compartilhamento de vídeos.

Segundo um parecer de 2007 do Cremesp, o órgão considera "inapropriado o médico solicitar exames para si próprio ou realizar qualquer ato médico em si", como o autoexame ou a prescrição de medicamentos. Não há artigo sobre o assunto no Código de Ética Médica.

Desde outubro, há também uma sindicância em curso na SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica).

Freitas Sobrinho disse à Folha que vai pedir a anulação da sindicância, porque um dirigente da entidade deu declarações a respeito da investigação à imprensa. O caso deve seguir em sigilo, de acordo com o Código de Processo Ético-Profissional.

"Vou pedir a anulação do meu processo. Caso não aceitem, vamos entrar com [uma ação por] danos morais contra a SBCP", disse o cirurgião.

Segundo a SBCP, o pedido de anulação da sindicância é um direito do médico. A entidade diz que o direito à ampla defesa "será assegurado".

CIRURGIA

Segundo Freitas Sobrinho, a cirurgia foi motivada por curiosidade e pela estética. Ele diz que ouviu mulheres comentando sobre a sua forma física na praia, há três anos. "Elas deram risada e eu escutei. Pensei: Tá feio mesmo'".

Para fazer a cirurgia, em setembro de 2012, ele recrutou outros três médicos e foi a um hospital na região de Jundiaí, cujo nome não quis revelar.

Ele diz que pretendia apenas fazer um teste, mas acabou operando uma faixa inteira da barriga. "Era para fazer só um pedaço, fazer devagar, mas fui indo."

Freitas Sobrinho diz que aprender mais sobre o processo de recuperação pós-cirúrgico pelo qual passam seus pacientes foi apenas uma consequência da empreitada. "Agora eu sei do que as pacientes reclamam, e elas têm razão", afirmou.

O médico diz ainda que está muito feliz com o resultado da cirurgia e que faria de novo, se necessário. "Se eles autorizarem no conselho e aparecer alguma sobra [gordura extra], eu faço."


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