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Droga antidiabetes trata Alzheimer em roedores

Cientistas da UFRJ mostraram que remédio protegeu e restaurou as conexões cerebrais

REINALDO JOSÉ LOPES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pesquisadores brasileiros deram um passo importante para mostrar que o mal de Alzheimer é uma espécie de "diabetes do cérebro" e poderia, inclusive, ser tratado com remédios para diabéticos.

A conclusão está na pesquisa que é a capa da revista científica "Cell Metabolism", cujo primeiro autor é Mychael Lourenço, do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

A equipe da universidade, liderada por Fernanda De Felice e Sérgio Teixeira Ferreira, já tem uma série de trabalhos mostrando as conexões entre alzheimer e diabetes.

Uma das pistas a esse respeito é o fato de que o hormônio insulina, mais conhecido por seu papel no controle dos níveis de açúcar no sangue, também atua no cérebro, ajudando a promover as conexões entre os neurônios e a própria sobrevivência deles.

A hipótese dos pesquisadores da UFRJ é que alterações na atuação da insulina no cérebro poderiam abrir caminho para as maçarocas de proteína beta-amiloide que destroem os neurônios no mal de Alzheimer.

No novo estudo, a equipe mostrou que essas maçarocas de beta-amiloide ativam algumas das mesmas moléculas que levam o organismo dos diabéticos a não responder mais à insulina. São moléculas ligadas a processos inflamatórios, as quais parecem estar por trás da perda de conexões entre neurônios.

A seguir, em camundongos, os cientistas viram o que acontecia se drogas usadas para diabetes, como a liraglutida, fossem dadas aos bichos. Aparentemente, o remédio protegeu as conexões cerebrais dos roedores e até as restaurou.

"Também conseguimos demonstrar esse efeito protetor em macacos", diz De Felice.

O próximo passo é testar a ideia em humanos, de preferência com drogas que atuem apenas no cérebro, para evitar efeitos colaterais.

"Dois grupos de colaboradores nossos nos EUA e no Reino Unido já estão fazendo esse teste, nos EUA com insulina inalada e no Reino Unido com liraglutida, mas vamos precisar de alguns anos para resultados mais claros."

De Felice ressalta que pessoas com Alzheimer e sem diabetes não devem usar esse tratamento por enquanto.


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