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Primeiro animal terrestre já tinha tração nas 4 patas

Tiktaalik roseae, vertebrado que viveu na transição da da água para a terra, possuía membros traseiros fortes

Novo fóssil indica que peixe não se arrastava sobre as barbatanas dianteiras, como acreditavam biólogos

RAFAEL GARCIA DE SÃO PAULO

O trio de paleontólogos que descobriu em 2006 o Tiktaalik roseae --peixe que originou os primeiros quadrúpedes terrestres-- encontrou novos fósseis que revelam uma caraterística inesperada do animal. Ao contrário do que se pensava, ele já era capaz de se locomover caminhando com quatro membros, e não apenas dois.

A descoberta foi descrita pelos cientistas em um estudo na edição de hoje da revista "PNAS". O trabalho apresenta pela primeira vez ossos bem preservados da pélvis da criatura, além de parte de suas barbatanas traseiras.

Os novos fósseis do Tiktaalik, na verdade, foram "achados" dentro do laboratório, em blocos de pedra trazidos de um sítio paleontológico na Groenlândia que ainda não haviam sido escavados.

Nos primeiros estudos sobre o animal, os paleontólogos Neil Shubin, Ted Daeschler e Farish Jenkins defendiam que a criatura tinha uma forma um pouco atrapalhada de se locomover sobre terra: usaria só os membros dianteiros, arrastando o resto do corpo atrás. Só depois é que a evolução teria produzido quadrúpedes de verdade.

AUSÊNCIA DE EVIDÊNCIA

Essa outra hipótese fora criada porque não se conheciam fósseis da traseira do animal. Cientistas acreditavam que, por serem partes pequenas, eles teriam se deteriorado. O novo estudo sugere que o primeiro vertebrado terrestre já andava sobre as quatro patas.

O Tiktaalik viveu há 375 milhões de anos, cerca de 25 milhões de anos antes do aparecimento dos primeiros animais claramente terrestres. Seus hábitos ainda eram predominantemente aquáticos, mas suas barbatanas já começavam a ganhar características de patas. Provavelmente usava locomoção quadrúpede para atravessar águas rasas ou lamacentas.

"Ele tem tanto traços em transição, algo esperado para uma linhagem levando aos animais com patas, quanto traços primitivos, que o conectam a seus precursores", disse à Folha Daeschler, da Academia de Ciências Naturais da Filadélfia.


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