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Ciência + Saúde

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Novo método produz plaquetas a partir de células-tronco induzidas

Estudo com roedores criou suprimento 'inesgotável' das células

REINALDO JOSÉ LOPES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Inesgotável" foi o adjetivo escolhido por cientistas japoneses para descrever o potencial de seu mais recente estudo, cujo objetivo é produzir um suprimento ilimitado de plaquetas em laboratório.

Hoje, é indispensável a colaboração de doadores de sangue para que as plaquetas --estruturas essenciais para a coagulação do sangue-- sejam obtidas.

Esse procedimento, porém, tem uma série de inconvenientes, como o fato de que essas estruturas perdem seu potencial de estancar a perda de sangue em pouco tempo.

A equipe da Universidade de Kyoto, liderada por Koji Eto, descreve sua abordagem para contornar esses problemas na revista "Cell Stem Cell". Eles trabalharam com as chamadas células iPS, ou células-tronco pluripotentes induzidas --células adultas que voltaram a um estado semelhante ao embrionário com modificações no padrão de ativação de seus genes.

'CÉLULA HIGHLANDER'

Os cientistas japoneses encontraram a combinação de ativação de genes --três pedaços diferentes do DNA humano-- que levou as iPS a se transformarem numa linhagem imortal de células precursoras das plaquetas.

Isso significa que as células desse tipo de linhagem se multiplicam indefinidamente em laboratório, sem perder as características que interessam aos cientistas.

O próximo passo: "desligar" o trio de genes para desencadear a transformação das células em plaquetas. Deu certo. Em camundongos, as plaquetas cultivadas em laboratório conseguiram ajudar na coagulação do sangue e na cicatrização de ferimentos, com eficácia apenas ligeiramente inferior à das plaquetas obtidas de doadores.

Segundo a bióloga Maristela Delgado Orellana, doutoranda do Hemocentro da USP de Ribeirão Preto, o grupo de Kyoto é um dos que mais avançaram no objetivo de produzir plaquetas sem a necessidade de doadores, junto com outros pesquisadores dos EUA.

"O sistema deles parece ser mais eficiente do que o da concorrência. É algo que pode estar disponível para uso clínico a médio prazo", diz.

Segundo ela, terapias usando plaquetas e hemácias derivadas de células iPS são as que têm mais chance de chegar aos pacientes rapidamente porque ambas não possuem núcleo. Assim, alterações em seu DNA para transformá-las nas estruturas desejadas teriam pouca chance de causar problemas no organismo do paciente.


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