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Alan Alda conta sua trajetória de divulgador de ciência
DO ENVIADO ESPECIAL A CHICAGOAlan Alda é um aventureiro. Após uma carreira bem-sucedida nos palcos e nas telas --na pele de Hawkeye Pierce, um dos médicos da série de TV M*A*S*H, dos anos 1970, sobre médicos americanos no front da guerra da Coreia--, mergulhou na divulgação de ciência. Deu certo.
Foi como estrela de cinema, porém, que brilhou no encontro da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência), em Chicago.
Alda foi âncora do programa "Fronteiras da Ciência Americana", na PBS (uma emissora de TV sem fins lucrativos dos EUA). Por 13 anos entrevistou pesquisadores.
Foi o bastante para convencer-se de que eles têm uma dificuldade: não conseguem falar do seu trabalho para pessoas comuns.
O ator agora se dedica ao Centro Alan Alda para Comunicar Ciência, que criou em 2009. Ali usa exercícios de improvisação para levar pesquisadores a reatar uma ligação emocional com seu trabalho e com outras pessoas.
Suas dicas para os cientistas que queiram falar para o público são poucas: seja simples, olhe para as pessoas e ponha emoção no que está contando --de preferência uma história dramática.
Alda ilustrou sua mensagem com uma história que se passou nos Andes do Chile, onde gravou um programa sobre astronomia.
Enquanto esperava para gravar, o ator começou a sentir uma dor aguda no abdome, que o fez contorcer-se.
Decidiram levá-lo para o hospital numa ambulância. Alda deu sorte de ser atendido por um cirurgião especializado em operações do intestino. O médico reconheceu o problema: um pedaço das tripas do americano tinha parado de receber sangue e estava morta. Mais algumas horas e ele morreria.
Disse o médico chileno: "Há um problema grave no seu intestino. Vou cortar esse pedaço fora e emendar as duas pontas. Entendeu?"
Alda: "Sim. O senhor vai fazer uma enteroanastomose".
"Ah, o senhor conhece o procedimento?"
"Claro, já o realizei várias vezes em M*A*S*H."
A plateia quase veio abaixo. Dificilmente alguém ali se esquecerá dessa história.
