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Brasil vai lançar nanossatélite científico

Artefato será lançado neste ano e estudará a interação do campo magnético terrestre com a radiação espacial

Primeiro dispositivo do tipo produzido no país foi destruído com o acidente em Alcântara (MA), em 2003

SALVADOR NOGUEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Depois da perda do multimilionário satélite CBERS-3, feito em parceria com a China, o Brasil se prepara para lançar um novo artefato espacial, dessa vez com custo inferior a R$ 800 mil. É o NanoSatC-Br1.

Desenvolvido pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o nanossatélite será lançado por um foguete russo DNEPR, entre maio e junho deste ano.

Trata-se de uma nova moda na exploração espacial, possibilitada pela crescente miniaturização de componentes. Já se pode construir um satélite de baixo custo, com massa abaixo de 10 kg, com instrumentos capazes de produzir medições úteis.

É a segunda tentativa brasileira de produzir um artefato assim, e a primeira que adota o formato de cubesat --um satélite em forma aproximadamente cúbica, com 10 cm de aresta. É praticamente um "cubo mágico" espacial.

O primeiro nanossatélite brasileiro, Unosat-1, foi destruído no acidente com o lançador brasileiro VLS-1, em Alcântara (Maranhão), em 2003.

O NanoSatC-Br1 carrega um sensor destinado a estudar o campo magnético terrestre e sua interação com a radiação proveniente do Sol e de outras estrelas.

Trata-se de pesquisa de ponta, sobretudo para o estudo de um fenômeno conhecido como Anomalia Magnética do Atlântico Sul. Nessa área, bem na região costeira do Brasil, parece haver uma falha na magnetosfera terrestre que permite que a radiação espacial chegue mais perto da superfície.

O que chama a atenção no projeto é o baixo custo para obtenção de dados importantes. "É uma ninharia levando-se em conta que é uma operação completa: desenvolvimento, lançamento e operação com estação própria", afirma Otávio Durão, engenheiro que coordena o projeto na sede do Inpe, em São José dos Campos (SP).

O nanossatélite também representa um avanço tecnológico nacional. "Além de obter dados da anomalia magnética do Atlântico Sul, vamos testar no espaço os dois primeiros circuitos integrados projetados no Brasil para uso espacial", diz.

As medições serão feitas pelo cubesat a partir de uma órbita baixa de 600 km de altitude, sobrevoando os polos terrestres. Ao longo do tempo, o satélite irá sobrevoar todos os pontos do globo.

Os cubesats podem apresentar um caminho viável para missões mais audaciosas e mais baratas. Um segundo nanossatélite, NanoSatC-Br2, já está sendo desenvolvido pelo mesmo grupo, com o objetivo de ser lançado em 2015. Ainda depende, porém, da disponibilidade de recursos para concluir a carga útil e bancar o lançamento.


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