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Iniciativa ajudou a integrar alunos, dizem professores
DE SÃO PAULOApesar dos problemas, especialistas consideram que há muitos pontos positivos no Ciências sem Fronteiras, sobretudo contribuindo para a internacionalização das universidades brasileiras.
"Ele rompe com décadas de isolamento dos nossos cursos de graduação, por exemplo, o que levou a um sistema autorreferente e muito atrasado em relação a como se ensina -especialmente no caso da engenharia- no resto do mundo", diz Leandro Tessler, professor de física da Unicamp e especialista em ensino superior.
Na opinião de Márcio Venício Barbosa, secretário de relações internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o programa é benéfico sobretudo para as universidades que não possuem orçamento específico para internacionalização.
Sobre os estudantes, Barbosa diz que os alunos regressam mais cientes dos problemas de seus cursos, mais críticos e propositivos.
"Os relatos que ouvimos dos estudantes são, em geral, muito positivos", diz.
Na iniciativa privada, também há comentários positivos sobre o programa, inclusive sobre o desempenho dos alunos da graduação.
"A nossa experiência tem sido excelente", avalia Eduardo Cetlin, diretor de responsabilidade social da farmacêutica Amgen, que já recebeu 20 bolsistas para trabalhar em em suas instalações na Califórnia (EUA).
"Tive contato direto com todos os bolsistas, que fizeram um trabalho muito sério, envolvidos em várias etapas. Todos tinham consciência do privilégio que era estar, com financiamento para os estudos, em outro país", disse.
Prestes a se formar em farmácia na USP, Rafael Santos foi estagiário da empresa no ano passado. De volta ao país, ele acaba de ser contratado para trabalhar na sede brasileira da Amgem.
"Sempre tive vontade de estudar no exterior, mas por conta de oportunidade e questões financeiras, não teria sido possível sem o programa. Acho que foi muito proveitoso e mudou muita coisa para mim", diz ele, que destaca, além dos estudos, a oportunidade de ter trabalhado no exterior.