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Órgão pede prorrogação de veto à pesca em SP e MG por causa da seca

Falta de chuvas prejudica a reprodução dos animais, que ocorre nesta época, e facilita a sua captura

Entidade ligada ao Instituto Chico Mendes enviou nota aos ministérios da Pesca e do Meio Ambiente

JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

Por causa da falta de chuvas nos últimos meses, um centro paulista de pesquisa em aquicultura pediu aos ministérios da Pesca e do Meio Ambiente a ampliação da proibição da pesca, que termina no dia 28, por mais um mês nos rios Pardo, Mogi Guaçu, Sapucaí-Mirim e parte do rio Grande.

Os rios ocupam uma área de 51 mil km2 e passam por municípios de São Paulo e Minas Gerais.

Segundo o Cepta (Centro de Pesquisa e Treinamento de Aquicultura), do Instituto Chico Mendes, em Pirassununga (SP), o pedido tem como objetivo evitar uma mortandade maior de peixes.

Com os baixos níveis dos rios, os peixes podem ser capturados com mais facilidade, segundo Antonio Fernando Bruni Lucas, coordenador do Cepta na cidade paulista.

A falta de chuvas também prejudicou a reprodução dos peixes. A piracema, que começou em novembro e termina em fevereiro, é o período em que os animais sobem os rios até suas nascentes para a desova.

"Os peixes não têm água suficiente para fazer a migração e se reproduzir e não conseguem subir os rios. Ficam parados em determinadas partes, sem oxigênio, sem alimentação e não se locomovem. Isso facilita a pesca", afirmou Lucas.

O analista ambiental do Cepta Paulo Sérgio Ceccarelli estima que apenas 15% dos peixes conseguiram se reproduzir até o momento. O índice é baseado na observação do tamanho e quantidade de cardumes que conseguiram chegar à região desde novembro.

O pesquisador afirmou ainda que a redução no nível de reprodução poderá ter efeito na quantidade de peixes nos rios da região pelos próximos seis anos porque a maioria das espécies encontradas na região leva em média três anos para alcançar a idade reprodutiva.

Vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, Paulo Finotti disse que a prorrogação é necessária para que pescadores possam seguir recebendo o seguro do governo federal -- durante a piracema, ele assiste financeiramente famílias que vivem só da pesca.

Em nota, o Ministério da Pesca e Aquicultura informou ainda que a prorrogação é uma decisão que deve ser tomada nos próximos dias pela CTGP (Comissão Técnica da Gestão Compartilhada dos Recursos Pesqueiros), órgão da própria pasta.


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