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Papiro que menciona "mulher de Jesus" é autêntico, diz estudo

Análise química atesta que peça é antiga, mas interpretação ainda é posta em dúvida

LAURIE GOLDSTEIN DO "NEW YORK TIMES"

Um fragmento de papiro com inscrições borradas conhecido como "Evangelho da Mulher de Jesus", que causou estardalhaço quando revelado por uma historiadora da escola de teologia de Harvard em 2012, passou em um teste de autenticidade.

Em estudo publicado ontem, cientistas atestam que o papiro e a tinta são muito antigos, e não se trata de uma fraude moderna.

O ceticismo em relação ao pequeno fragmento inscrito é grande, pois ele contém uma frase jamais vista em qualquer trecho das Escrituras: "Jesus disse a eles, Minha mulher...'". Convenientemente, também, a inscrição continha as palavras "ela poderá ser minha discípula", afirmação que inflamou o debate em algumas igrejas sobre se mulheres poderiam ser sacerdotisas cristãs.

O fragmento de papiro foi analisado agora por professores da Universidade Columbia, de Harvard e do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Eles relatam que a peça se assemelha muito a outros papiros usados entre os séculos quarto e oitavo.

Os resultados do novo teste não chegam a provar, porém, que Jesus tenha tido uma mulher ou discípula, apenas que o fragmento é mais provável que seja um manuscrito antigo do que uma falsificação. Karen King, historiadora de Harvard que alçou o papiro à fama, diz que ele não pode ser tomado como evidência de que Jesus se casou, apenas de que cristãos estava discutindo celibato, sexo, casamento e evangelização já naquela época.

O Vaticano, porém, contesta a tradução, afirmando que o papiro se refere à "noiva de Jesus", ou seja, a Igreja.

EVIDÊNCIA FÍSICA

O pedaço de papiro foi analisado em Columbia por microespectroscopia Raman para determinar a composição de sua tinta. James Yardley, professor de engenharia elétrica, diz que o carbono da tinta preta no fragmento é "perfeitamente consistente com outros 35 ou 40 manuscritos analisados" e datados de 400 a.C. até 700 d.C.

No MIT, o papiro foi submetido a espectroscopia por infravermelho para verificar se existia mais de um tipo de tinta no documento, o que mostraria se ele foi adulterado, e a conclusão do teste foi negativa.


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