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Voltar a andar

Cientistas tentam restaurar a mobilidade de pessoas usando implantes de eletrodos e exoesqueletos, como o que dará o chute inicial da Copa

FERNANDO TADEU MORAES DE SÃO PAULO

O pontapé inicial da Copa do Mundo, daqui a um mês, será dado por uma pessoa com lesão medular usando uma veste robótica controlada por sinais cerebrais.

Mas, além desse projeto, liderado pelo cientista Miguel Nicolelis, outros grupos pelo mundo vêm apresentando resultados na chamada interface cérebro-máquina para restaurar a mobilidade de paraplégicos e tetraplégicos.

Na Europa, o projeto MindWalker levou três anos para desenvolver seu exoesqueleto, um ambiente de realidade virtual e a leitura e o processamento dos sinais cerebrais. Esses sinais são captados por meio de eletroencefalografia (EEG), uma técnica não invasiva, de maneira similar a que será usada por Nicolelis em sua apresentação na abertura da Copa.

Guy Chéron, da Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica, e líder de um dos grupos responsáveis pelo projeto, disse à Folha que os principais objetivos do MindWalker foram atingidos, mas que ocorreram problemas durante o seu desenvolvimento.

"A principal dificuldade foi extrair os sinais que importam do fluxo de atividades do cérebro a fim de controlar as estratégias de caminhada."

Como os sinais de EEG têm uma amplitude pequena, eles precisam ser "aumentados". Esse processo pode exagerar outros sinais, os quais não são facilmente distinguíveis da atividade cerebral genuína, como atividade elétrica dos músculos, diz Chéron.

Uma das estratégias desenvolvidas pelo grupo da Bélgica para controlar o exoesqueleto é utilizar uma espécie de óculos que "lê" estímulos visuais do ambiente e consegue induzir nos pacientes sinais de EEG correlacionados.

Segundo Chéron, mover uma veste robótica com o pensamento é um "sonho em vias de se tornar realidade". Ele diz, porém, que no caminho percorrido até agora, ele e seu grupo perceberam que aquilo que chamamos de "pensamento" é mais complexo do que o imaginado.

CONEXÃO DIRETA

Em 2012, uma paciente americana tetraplégica com um chip implantado no cérebro usou o pensamento para controlar um braço robótico conectado ao dispositivo. Foi a primeira vez que uma pessoa conseguiu manipular um aparelho mecânico usando esse tipo de interface.

Mais recentemente, no fim de abril, nos EUA, um homem recebeu um chip com 96 eletrodos implantado em seu cérebro, mas a ideia é que os estímulos cerebrais possam ser transmitidos diretamente aos membros sem passar pela medula espinhal.

O chip é ligado a um computador programado para decodificar as mensagens cerebrais e emitir esses sinais para tiras de eletrodos amarrados no antebraço do paciente. Esses eletrodos geram pulsos e estimulam as fibras musculares da região.

O experimento foi feito na Universidade do Estado de Ohio e os resultados serão avaliados em breve.


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