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Texto em site de psiquiatras gera nota de repúdio

Material continha insultos a profissionais que defendiam legalização de drogas

FERNANDO TADEU MORAES DE SÃO PAULO

Foi divulgada nesta terça-feira (3) uma nota de repúdio assinada por quase 70 instituições médicas, psicológicas e jurídicas a um texto que foi publicado no site da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) e ofendia participantes de uma audiência pública sobre descriminalização das drogas no Senado.

No texto, já retirado do site da associação, a menção a alguns membros da mesa de discussão continha qualificações como "jurista bipolar", referindo-se à Maria Lucia Karam, presidente da Leap Brasil (ONG internacional contra a proibição de drogas), e "um cara fraco" e que "levou claque", referindo-se ao professor da Universidade de Brasília Renato Malcher Lopes.

O texto termina dizendo: "Eles estão mostrando os dentes".

Karam e Lopes defenderam na audiência pública, ocorrida no dia 20/5 na Comissão de Constituição e Justiça, pontos de vista pró-legalização. Eles dizem que a discussão se deu em uma clima cordial, com as divergências naturais entre defensores e opositores da descriminalização das drogas, e que se surpreenderam com o conteúdo ofensivo no site.

Segundo Lopes, a discussão em torno da legalização e descriminalização das drogas vem se polarizando nos últimos anos. "A perspectiva que eles [ABP] passam soa alarmista e corporativista".

O psiquiatra Régis Eric Barros, membro da ABP, critica a falta de debates sobre a legalização das drogas dentro da associação. Segundo ele, a direção possui uma posição proibicionista e nunca levou a questão a debate.

O presidente da ABP, Antônio Geraldo da Silva, diz que as críticas à entidade têm razões políticas e que os benefícios e malefícios da maconha vêm sendo discutidos nos últimos Congressos Brasileiros de Psiquiatria.

Para Maria Lucia Karam, o debate mais inflamado é decorrência da legalização estar mais próxima de acontecer. "Isso deixa os proibicionistas mais nervosos".

A ABP, por meio de sua gerente-geral, Simone Paes, afirmou que o site da instituição foi invadido por hackers e que o texto polêmico foi acrescentado à nota original. Segundo ela, a associação repudia os termos utilizados.

A ABP é o mais importante órgão de psiquiatria do Brasil, com cerca de 6.500 associados.

Régis Barros questiona a explicação da entidade. Segundo ele, a mensagem foi publicada inadvertidamente.


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