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Equipe amadora ressuscita sonda aposentada da Nasa

Com doações, grupo liderado por empresário reconstruiu software para se comunicar com dispositivo e operá-lo

Missão da nave, lançada em 1978, era estudar interação entre campo magnético terrestre e vento solar

SALVADOR NOGUEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um grupo americano de amadores, movido a doações, fechou um acordo para ressuscitar uma velha sonda espacial da Nasa.

Lançada originalmente em 1978, a Isee-3 (sigla para Exploradora Internacional Sol-Terra 3) tinha como missão original estudar a interação entre o campo magnético terrestre e o vento solar. Era uma parceria entre as agências americanas e europeia, operada pela primeira.

Quatro anos depois, ao concluir sua missão, a sonda foi reutilizada pela Nasa. Rebatizada de ICE (Exploradora Cometária Internacional), ela foi colocada na direção do cometa Giacobini-Zinner, e passou a 7.800 km dele em 1985.

No ano seguinte, ela se posicionou entre o Sol e o cometa Halley, como parte da bateria de estudos daquele objeto. A espaçonave ainda seria usada para estudos solares até 1997, quando a missão foi encerrada pela Nasa.

Em 2008, os engenheiros voltaram a contatar a sonda e descobriram que 12 dos 13 instrumentos estavam funcionando, e ainda havia combustível a bordo.

Não foi o suficiente para a Nasa se interessar em reativar a Isee-3. Mas um grupo de entusiastas liderados pelo empresário Dennis Wingo se apegou à ideia.

Eles criaram o Isee-3 Reboot Project e passaram a recolher doações na internet para reconstruir o software para se comunicar com a sonda e operá-la, além de obter tempo de radiotelescópio para manter o contato.

O grupo obteve cerca de US$ 160 mil (R$ 360 mil) e conseguiu fechar contrato com a agência espacial para tomar posse da sonda --por empréstimo apenas, uma vez que ela já foi "doada" ao Museu Smithsoniano anos atrás, mesmo estando no espaço.

Usando o radiotelescópio de Arecibo, o maior do mundo, eles conseguiram se comunicar com a Isee-3 no começo deste mês e agora lutam contra o tempo para tentar evitar uma colisão da sonda com a Lua, recolocando-a numa órbita cientificamente útil.

FUTURO

Mais do que a empolgação por ressuscitar uma missão espacial antiga, o projeto está sendo elogiado por oferecer uma saída interessante para projetos da Nasa que são cancelados por falta de verba, ainda com as espaçonaves operacionais.

"O pessoal no Quartel-General da Nasa sabe que isso está estabelecendo um precedente que é um modelo para o futuro", afirma Dennis Wingo. "Estamos especialmente focados em fazer isso direito para ajudar aqueles que virão depois de nós."

Não é impensável que outras missões da agência espacial americana tenham o mesmo destino nos próximos anos.

O telescópio espacial Spitzer, por exemplo, não tem verba para ele além de 2015.

E o jipe marciano Opportunity, da Nasa, quase teve o mesmo destino, apesar de ter completado dez anos de sucesso perambulando pelo planeta vermelho.


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