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Crítica restaurante

Itália e Portugal brilham em casa do Tatuapé

Pequeno e simples, Bottarga aposta em massas, bacalhau e ovas de tainha curadas com inspiração binacional

JOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA

Um restaurante sardo-português é realmente uma novidade em São Paulo. Chama-se Bottarga, fica num imóvel discreto no Tatuapé e serve pratos que justificam que os moradores evitem longos trajetos até os Jardins para comer massas ou bacalhau.

O proprietário Marco Murgia, 51, nasceu na Sardenha e vive no Brasil desde 1992. Morou em Paraty até 2008, antes de mudar-se para São Paulo. Estudou cozinha, trabalhou na sua região da Itália e, em Paraty, teve o Forchetta d'Oro até 2007.

A partir de 2008, começou a produzir bottarga (ovas de tainha curadas) e, em fevereiro deste ano, abriu o restaurante paulistano. Pretendia servir especialidades sardas --mas, dada a colaboração do português João Falcão, 58, passou também a oferecer pratos da terrinha.

Eles funcionam de forma curiosa. Murgia fica na cozinha e Falcão, no salão --mas quando se trata de bacalhau, este corre para o fogão também. Os pratos são feitos na hora e podem demorar horas a serem preparados, a menos que se ligue antes avisando.

Eles também não gostam de gente na espera. Quando a casa está cheia e alguém chega sem reserva, sugerem que volte outro dia. Mas tudo isso sem a menor presunção, tudo na maior simplicidade.

O cardápio tem bandeiras da Itália e da Sardenha ao lado dos pratos. Justificando o nome da casa, há bottarga como antepasto (em bom ponto de sal, mas poderia ser cortada mais fina) ou em pratos de massa (como fettucine).

Na ala italiana, há também antepastos como carpaccio de polvo (com azeite, limão, salsinha e alcaparra), fettucine com frutos do mar, malloreddus (massa típica da Sardenha) com linguiça sarda picante ao sugo e polvo com grão-de-bico.

Na ala portuguesa, brilham os pratos de bacalhau, feitos com postas graúdas e bem demolhadas. Tanto na versão à lagareiro (com batatas ao murro) quanto na da casa (ao vapor, com batata, cebola, cenoura e ovo), a guarnição é reforçada com grelos refogados --os grelos são uma verdura (a folhagem jovem de um tipo de nabo) comum em Portugal, e que Falcão fez plantar aqui no Brasil.

Há também o arroz de polvo, a açorda de camarão e os assados no forno (pernil, paleta, lombo e costela de cordeiro, de leitoa, de vitelo e outros) --estes aparecem ocasionalmente ou sob encomenda. Na sobremesa, tiramisù e "pastel do Tatuapé", inspirado naquele de Belém.

BOTTARGA *
ENDEREÇO r. Azevedo Soares, 548, Tatuapé, tel. 0/xx/11/3729-4986
FUNCIONAMENTO de ter. a dom., das 11h30 à 0h
AMBIENTE salão simples, com cara de empório, numa antiga casa
SERVIÇO familiar
VINHOS carta pequena e portuguesa, com alguns bons rótulos
CARTÕES A, D, M e V
PREÇOS entradas, de R$ 8 a R$ 80; pratos, de R$ 30 a R$ 180 (p/ 2); sobremesas, de R$ 7 a R$ 15


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