Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Comida

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Brasil, mostra tua cara

Cozinha nacional ganha destaque no MAD, simpósio mundial de gastronomia, mas ainda pouco se conhece do país lá fora

ALEXANDRA FORBES ENVIADA ESPECIAL A COPENHAGUE

Enquanto restaurantes peruanos e mexicanos andam na moda pelo mundo, quase nada se conhece da cozinha do Brasil no exterior --mesmo entre gourmets-- além do nome de Alex Atala.

Daí o impacto inestimável dele ter sido cocurador da quarta edição do MAD --o mais influente simpósio de gastronomia, realizado em Copenhague no domingo (24) e na segunda (25)-- ao lado do dinamarquês René Redzepi (Noma, eleito o melhor do mundo, segundo a "Restaurant") e do norte-americano David Chang (Momofuku).

Levados por Atala, palestraram os chefs André Mifano (Vito, SP), Kátia Barbosa (Aconchego Carioca, RJ e SP) e David Hertz (ONG Gastromotiva), o lutador de jiu-jítsu Rorion Gracie, o juiz Jayme Santos Júnior, o ecólogo Adeilson Silva e o antropólogo Renato Meirelles.

Rodrigo Oliveira (Mocotó, SP) e Thiago e Felipe Castanho (Remanso do Bosque e Remanso do Peixe, Belém) foram encarregados do almoço servido aos palestrantes.

"Eu sabia pouco além dos nomes dos restaurantes Maní e D.O.M.", disse Matt Duffy, subchef do restaurante do francês Daniel Boulud em Toronto. "Mas de tanto ouvir falar em Brasil no MAD fiquei louco para conhecer."

Como Duffy, muitos dos chefs e sommeliers que compunham a plateia ficaram fascinados com os brasileiros.

O hit foi o almoço nordestino-amazônico. Após pegarem imensa fila, os participantes comeram uma mistura de baião-de-dois e maniçoba (feito com folha de mandioca), carne de sol e moqueca de peixe e camarão seco.

Um outro Brasil, menos festivo, foi mostrado no palco (um cenário rodeado de plantas vivas com feno no chão). Levantaram-se questões como a subsistência de indígenas, a falta de água limpa e a fome nas favelas.

"Hertz, em especial, me comoveu muito", disse o DJ Dubfire, respeitado gourmet que vai todo ano ao Brasil tocar em boates. "Finalmente mais gente está aprendendo um pouco sobre o país, graças ao D.O.M., ao Maní e ao MAD. Espero que isso influencie mais chefs."

Os temas levantados pelos brasileiros foram os mesmos que nortearam a maioria dos 29 palestrantes. Falou-se muito sobre a importância de ensinar aos jovens de onde vem o que comem e o perigo que representa a junk food e a indústria alimentícia.

Muitos pregaram retorno à terra, respeito aos produtores e o aproveitamento completo dos ingredientes. Por fim, discutiu-se o papel do chef como motor de mudanças no mundo e da comida como transformadora de vidas.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página