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A gourmet

Tendências gastronômicas mundo afora

Os peixes caíram na rede

Fotos de pescados postadas por chefs em redes sociais encorajam o consumo de diferentes espécies

ALEXANDRA FORBES

Mesmo São Paulo tendo fama de capital do sushi, o consumidor médio sabe pouco sobre peixes. Restaurantes teimam em servir o que chamam de "peixe branco", como se as milhares de espécies de carne clara fossem farinha do mesmo saco --encorajando a ignorância.

Em 2011, o sushiman Jun Sakamoto, do restaurante paulistano homônimo, disse a esta coluna: "Além dos milionários que comem fora do país, quase ninguém conhece o assunto".

Hoje, enxergo uma luz no fim do túnel. O maldito "peixe branco" ainda persiste, mas restaurantes --não só japoneses-- estão se aventurando além dos perenes favoritos (salmão, atum, robalo, linguado).

Conforme peixes menos comuns aparecem mais nos cardápios, abre-se mercado para espécies antes preteridas, aliviando a pressão sobre aquelas ameaçadas, como os atuns nobres.

A sobrepesca, a depredação dos oceanos e as fazendas de peixe ultrapoluentes são perigos que norte-americanos e europeus conhecem bem. Eles entendem que, quando um peixe está em perigo de extinção, convém evitá-lo.

Finalmente, começo a ver um movimento em São Paulo nessa direção do consumo consciente, pelo menos entre aqueles que podem frequentar os melhores restaurantes. O mérito é dos chefs, que divulgam peixes diferentes em suas mídias sociais e elogiam os fornecedores sérios que usam fontes sustentáveis.

Três anos atrás seria impensável 721 pessoas darem "like" em uma foto de picles de sardinha ou 539 em uma barriga de carapau. Mas deram há pouco, no Instagram do chef Alberto Landgraf, do restaurante Epice. Rafael Costa e Silva, do Lasai, no Rio, postou um xaréu com a legenda: "15 kg, e vivo. EMOCIONANTE!". Outros cozinheiros andam fazendo o mesmo, criando um efeito bola de neve.

Impressionante como algo que parece uma brincadeira --Instagram e Facebook-- tem o poder de difundir mensagens, influenciar clientes e mudar o cenário para melhor. Peixes que jamais estariam em menus finos uns anos atrás começam a ganhar fãs. E o mar do Brasil agradece.


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