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Cartão de visita

Receitas tradicionais como coxinha, filé e churros fazem a fama de cidades no interior de São Paulo

LEANDRO MARTINS DE RIBEIRÃO PRETO

Coxinha, filé mignon recheado, linguiça e churros fazem parte de um roteiro gastronômico que dá fama a cidades no interior de São Paulo.

Em Bueno de Andrada, distrito de Araraquara, o destaque são as coxinhas de frango. Quem chega à região logo suspeita da quantidade de carros ao redor da praça do distrito, que tem só 450 moradores. Ali está a Mercearia Freitas, que vende cerca de 2.000 coxinhas por dia.

Os salgados foram a galinha dos ovos de ouro da família Freitas. Neto dos donos de um armazém na região, Paulo Roberto de Freitas, 56, viu seu negócio perder dinheiro nos anos 80 com a concorrência dos supermercados.

No fim dos anos 90, Freitas decidiu apostar em um bar. Para isso, contou com uma sacada da mulher Sônia Maria Pirolla de Freitas, 56.

Insatisfeita com os salgados que comprava para revender, Sônia foi para a cozinha. Comprou frangos, cozinhou-os, desfiou-os e testou diversos temperos, até chegar na mistura que considerava ideal -a receita do recheio é segredo até hoje.

DOURADAS

As coxinhas foram alçadas à fama em março de 2001, quando o escritor Ignácio de Loyola Brandão publicou uma crônica no jornal "O Estado de S. Paulo" intitulada "As coxinhas douradas de Bueno de Andrada".

"Saborosa, massa de batata, crocante, recheio generoso, frango desfiado em quantidade, bem temperado", escreveu Loyola.

"Dias depois, formou-se uma fila com sete pessoas", diz Sônia. "Num lugar que nunca tinha ninguém, aquilo era uma multidão."

Hoje, a fila é quase constante. Além dos clientes, os tipos de coxinha também se multiplicaram -são mais de dez. Tem a tradicional, de carne-seca, de bacalhau, de camarão, entre outros sabores.

Em Dumont, cidade próxima a Ribeirão Preto com cerca de 8.000 habitantes, a linguiça é o cartão-postal culinário, vendida principalmente num pequeno estabelecimento na zona rural.

SAPORE ITALIANO

É preciso andar cerca de dois quilômetros entre canaviais para chegar à fazenda Albertina, sede da Casa Veronezi. O dono, Álvaro Fernandes Veronez, 47, é da terceira geração de uma família de imigrantes italianos que se estabeleceu em Dumont há cerca de 70 anos.

A produção da linguiça surgiu, diz ele, da tradição italiana dos embutidos de carne de porco. Os primeiros clientes foram vendedores que passavam pela fazenda para negociar algodão. "Eles comiam a linguiça e pediam para levar. No boca a boca, a linguiça ficou famosa."

Hoje, a venda de linguiças e cortes suínos defumados é o carro-chefe do local: são cerca de três toneladas por semana. São 45 sabores, como as que recebem damascos, queijos e amêndoas. Os principais clientes são moradores de São Paulo de passagem pela região de Ribeirão.

A linguiça também fez fama em Bragança Paulista.

A história contada é a de que um pracinha que retornou da Itália após a Segunda Guerra trouxe a ideia de reproduzir uma linguiça calabresa. A iniciativa deu origem à linguiça bragantina.

A sobremesa também está no cardápio do roteiro no interior de São Paulo.

Em Bauru, quem decidir experimentar os churros do trailer Oba-Oba numa noite de um fim de semana corre o risco de ficar até meia hora na espera. "Já contei 90 pessoas na fila", diz o dono, Benedito Lopes, 59.

Os churros do seu Benê, como é conhecido, têm 24 centímetros. São 38 sabores: tem de doce de leite, chocolate, doce de abóbora, banana e até frango com requeijão. O trailer chega a vender 500 unidades em um único dia.


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