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Elo com golpistas de 64 alavancou Fiesp
Um conjunto de documentos dos anos 1970 arquivados na Escola Superior de Guerra mostra que a união de empresários paulistas com militares na execução do golpe de 1964 virou negócio.
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) criou um órgão de apoio aos golpistas, do qual faziam parte a elite do empresariado e 11 militares. O objetivo era converter a indústria paulista em fornecedora de material bélico, caso grupos de esquerda deflagrassem uma guerra civil. Como isso não aconteceu, com o tempo, o órgão passou a cuidar das concorrências das Forças Armadas.
A primeira década pós-golpe foi um período de expansão dos gastos militares. Até 1964, as despesas não passavam de 1,7% do PIB. Em 1970, bateu o recorde de 2,5%. No governo Geisel, a partir de 1974, parte do empresariado começou a se distanciar do regime.